Inventário de Práticas Agroecológicas na Metodologia “de Camponês/a a Camponês/a” no Ceará: um instrumento para descolonizar o território e (re)valorizar o conhecimento camponês

Abstract

Neste artigo abordamos o uso do inventário ou mapeamento de práticas agroecológicas, que faz parte da metodologia “de Camponês/a a Camponês/a" (CaC) para promover a territorialização da agroecologia camponesa, como método também para a descolonização epistêmica de um território. A chamada Revolução Verde envolveu a imposição de tecnologias e conhecimentos exógenos, provocando a fragmentação e desvalorização dos conhecimentos e práticas agrícolas camponesas locais, adaptados às condições locais. Na verdade, foi uma colonização epistêmica. A metodologia CaC é baseada no protagonismo camponês para recuperar e socializar o conhecimento agroecológico. Utilizamos o caso do processo CaC no Assentamento Santana, assentamento de reforma agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Ceará, Brasil, com o intuito de demonstrar e analisar o inventário de práticas como uma ferramenta coletiva de descolonização na territorialização da agroecologia.

construção do conhecimento no âmbito do Projeto Recupera Caatinga

“…No segundo, aconteceu a oficina de armazenamento de sementes, foram abordadas as principais formas de armazenamento de sementes, as características fisiológicas básicas, tipos de sementes (ortodoxas, recalcitrantes, intermediárias), como classificá-las, tipos de dispersão, secagem natural e secagem artificial, 7 A Metodologia de Camponês a Camponês (CaC) é uma metodologia de processo social para a transição agroecológica e a territorialização da agroecologia, desenvolvida originalmente na Ásia, na década de 1920. Nasce como uma crítica à concepção tecnicista de produção agropecuária, ao tempo que se propõe como uma metodologia horizontal libertadora, dinâmica e criativa, que permite a plena participação coletiva, em que as comunidades camponesas assumem o controle de seus processos produtivos como sujeitos partícipes em diálogo com um conjunto de saberes de vida e de luta herdados historicamente (Fernandes et al, 2021). embalagem, armazenamento, conservação e características de bancos ativos.…”

Crianza de abejas nativas: una pedagogía agroecológica con raíces

“…Para Da Silva (2014, p. 15), la agroecología campesina-indígena constituye todo un "modo de ser, de vivir y de producir. " Fernandes et al (2021), agrega que la agroecología campesina basada en conocimientos locales representa una descolonización epistémica de los territorios. En el presente trabajo exploramos la meliponicultura o crianza de abejas nativas sin aguijón como una clave para la masificación agroecológica.…”