2008
DOI: 10.1590/s0102-69092008000300008
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Intersexualidade e o "Consenso de Chicago" as vicissitudes da nomenclatura e suas implicações regulatórias

Abstract: Em minha tese de doutorado (Machado, 2008), analisei os elementos em jogo nas decisões envolvendo a "determinação" do sexo em crianças intersex e o "gerenciamento" 1 sociomédico e cotidiano da intersexualidade. De um lado, tratouse de compreender as perspectivas, as práticas e os discursos de profissionais de saúde e, de outro, aqueles das famílias e jovens intersex. No contexto desse estudo, uma das questões que se apresenta diz respeito às diferentes posições e apropriações no que tange ao uso da terminologi… Show more

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“…No meio médico, as críticas a Money não demoraram a surgir, mas a hegemonia de suas ideias manteve-se inabalada até meados dos anos 2000 quando ocorreu o Consenso de Chicago e as condutas e conhecimentos sobre a intersexualidade passaram por revisão (MACHADO, 2007). Na década de 1990, pesquisadoras estadunidenses com perspectivas feministas formularam críticas à precocidade cirúrgica em genitais de crianças e adolescentes intersexuais, destacando as naturalizações e os estereótipos de sexo/gênero que sustentam estas práticas médicas (KESSLER, 2000;DREGER, 2000;FAUSTO-STERLING, 2001).…”
Section: Imperativos Normalizadores E Suas Críticasunclassified
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“…No meio médico, as críticas a Money não demoraram a surgir, mas a hegemonia de suas ideias manteve-se inabalada até meados dos anos 2000 quando ocorreu o Consenso de Chicago e as condutas e conhecimentos sobre a intersexualidade passaram por revisão (MACHADO, 2007). Na década de 1990, pesquisadoras estadunidenses com perspectivas feministas formularam críticas à precocidade cirúrgica em genitais de crianças e adolescentes intersexuais, destacando as naturalizações e os estereótipos de sexo/gênero que sustentam estas práticas médicas (KESSLER, 2000;DREGER, 2000;FAUSTO-STERLING, 2001).…”
Section: Imperativos Normalizadores E Suas Críticasunclassified
“…Em 2006, nos Estados Unidos, em uma reunião entre especialistas conhecida como Consenso de Chicago, o termo intersexualidade foi substituído por desordens do desenvolvimento sexual (DDS). Esta mudança foi explicada pela medicina como uma tentativa de diminuir o estigma que a ideia de um sexo intermediário, presente na noção de intersexualidade, evocaria em familiares e pacientes (MACHADO, 2007). Como toda designação, estas classificações médicas estão inseridas em uma rede de regulações e posicionamentos específicos, implicando também certas questões e agendas.…”
Section: Introductionunclassified
“…No campo acadêmico nacional, além de resenhas sobre o livro (MAIA, 2011;CARNEIRO, 2015), há trabalhos que abordam a teoria do conhecimento do pensador polonês, atentando para suas contribuições epistemológicas na reflexão sobre o conhecimento científi-co e para seu potencial na investigação de questões relacionadas ao ensino (DELIZOICOV ET AL., 2002;PFUETZENREITER, 2002). Há também trabalhos que recorrem à perspectiva de Fleck (2010) para analisar consensos de especialistas sobre classificações médicas como fenômeno sociocultural (MACHADO, 2008), enquanto outros a utilizam para pensar a questão da interdisciplinaridade na saúde (MATOS;GONÇALVES;RAMOS, 2005).…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…No contexto da nova nomenclatura nele proposta, o sexo passa a ser representado por siglas e números que remetem a uma verdade impressa nas moléculas, uma espécie de "sexo-código" (Machado, 2008b). Há, assim, uma nova concepção de corpo, de "sexo", e outra compreensão do processo de "determinação e diferenciação sexual".…”
Section: Práticas De Intervenção E Normatizações Biomédicasunclassified