INTERPRETAÇÃO DE DADOS ISOTÓPICOS DE Pb EM DIFERENTES AMBIENTES INVESTIGATIVOS VISANDO O DIAGNÓSTICO DE FONTES GEOGÊNICAS E/OU ANTRÓPICAS

Abstract

Th. Na natureza, ocorre um quarto isótopo não radiogênico, o 204 Pb, cuja abundância não é afetada pelo decaimento radioativo do U ou do Th, sendo considerada constante, desde a formação da Terra. As razões isotópicas entre esses isótopos de Pb têm sido utilizadas em investigações ambientais, onde os isótopos estáveis se comportam como traçadores capazes de caracterizar fontes geogênicas e/ou antropogênicas. Entretanto, a interpretação dos dados provenientes de investigações isotópicas de Pb, realizadas em qualquer compartimento ambiental, requer uma abordagem integrada às principais referências isotópicas geogênicas e/ou antrópicas, pertinentes ao contexto da área de estudo. Sendo assim, este artigo apresenta uma revisão sobre a aplicação dos isótopos estáveis de chumbo, os métodos de análise usualmente utilizados para determinação destes, assim como uma abordagem didática sobre ou uso do diagrama Pb, whose abundance is not affected by the radioactive decay of U and Th occurs and is considered constant, since the formation of the Earth. The isotopic ratios have been used in environmental investigations, where stable isotopes as tracers behave able to characterize geogenic and/or anthropogenic sources.Keywords: Lead stable isotopes, isotopic fingerprinting, applications, source identification. INTRODUÇÃOA maioria dos processos, naturais ou antrópicos, que ocorrem na superfície terrestre, se expressa pela presença de associações de elementos químicos características do processo gerador e geograficamente associado à sua área de ocorrência. Entretanto, essas assinaturas geoquímicas, que são singulares, poderão estar mascaradas pela superposição de outras, provenientes de origens distintas. Assim sendo, o sinal geoquímico identificável, por exemplo, nas águas e nos sedimentos, representaria um somatório passível de contribuições originadas do ambiente natural e da ação do homem (Licht, 2001). Com o objetivo de se investigar a correlação entre elemento e a fonte que a originou (geogênica ou antropogênica), no sentido de distinguir e/ou apontar ambientes que, eventualmente, tenham sofrido alguma alteração por ação antrópica e/ou aqueles que preservaram características originais (geogênicas), trabalhos realizados a partir da década de 1960, mostraram a aplicabilidade da metodologia de razões isótópicas de Pb, em estudos ambientais voltados à pesquisa das assinaturas isotópicas de Pb (Nriagu, 1989).Considerando-se que a composição isotópica de Pb não é afetada por processos físicos ou químicos (Doe, 1970;Bollhöfer et al., 1999), sua assinatura no ambiente investigado tende a ser idêntica à da fonte que a originou, assim sendo, as assinaturas isotópicas do Pb de proveniência antropogênica são distintas da assinatura isotópica de origem natural. Desta forma, a composição isotópica de Pb, diferentemente de outros metais, poderá ser utilizada como traçador das possíveis fontes de Pb no ambiente investigado, justificando-se, assim, a grande aplicabilidade dessa ferramenta na busca por questões que envolvam a correlação en...

ASSINATURAS ISOTÓPICAS DE Pb NA AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL CAUSADO PELO LANÇAMENTO DO EFLUENTE TRATADO PELO COMPLEXO MÍNERO INDUSTRIAL DO PLANALTO DE POÇOS DE CALDAS NA REPRESA DE ÁGUAS CLARAS E RIBEIRÃO DAS ANTAS

“…estudos ambientais a influência antropogênica pode ser detectada pois, considera-se que a assinatura isotópica de Pb no ambiente investigado tende a ser idêntica à da fonte que a originou, assim sendo, as assinaturas isotópicas do Pb de procedência antropogênica são distintas da assinatura isotópica de origem natural e/ou geogênica (Doe, 1970e Bollhöfer et al, 1999. Segundo Vecchia 2015, Vecchia et al (2015) e Vecchia et al (2017), a assinatura isotópica do Pb presente nas amostras indica as possíveis fontes de Pb que contribuíram para a composição isotópica do Pb destas, sendo que a contribuição pode ser proveniente de uma fonte específica ou de uma associação de fontes. Desta forma, o Pb presente na assinatura isotópica pode ter sua origem nas seguintes fontes: Pb geogênico ou natural (referente ao contexto geológico que caracteriza a área investigada), Pb antrópico em U (referente ao enriquecimento em U por atividades antrópicas), Pb antrópico em Pb (referente ao enriquecimento em Pb por atividades antrópicas) ou Pb antrópico em Th (referente ao enriquecimento em Th por atividades antrópicas).…”

“…Cada uma dessas fontes revela um padrão de assinaturas isotópicas de Pb e quando os dados são plotados em um diagrama de três isótopos, juntamente com dados isotópicos de Pb referentes a geologia da região, permitem indicar a fonte e/ou a associação de fontes que influenciaram a assinatura isotópica da amostra investigada. Sendo assim, segundo Vecchia (2015), Vecchia et al (2015) e Vecchia et al (2017) a composição isotópica de Pb, diferentemente de outros metais, pode ser utilizada como traçador das possíveis fontes de Pb, podendo o Pb ser denominado de Pb geogênico ou Pb antrópico no ambiente investigado justificando-se, assim, a grande aplicabilidade dessa ferramenta na solução de questões que envolvam a correlação entre elemento e fonte que a originou. De acordo com o elemento enriquecido antropicamente, o Pb pode ser denominado de uranogênico (se enriquecido em U), torogênico (se enriquecido em Th) e antrópico em Pb (se enriquecido em Pb) (Vecchia, 2015e Vecchia et al, 2015.…”