Internet: impacto das fake news no processo de ensino e aprendizagem de biologia

Abstract

Movimentos antivacinas, negacionismo da ciência personificado na negação das mudanças climáticas, pseudociências como terraplanismo e curas milagrosas são questões extremamente comuns no atual mundo da pós-verdade. Como ensinar e aprender Biologia neste cenário? Os alunos de hoje possuem essa preocupação ao pesquisar sobre Biologia pela Internet? A presente pesquisa surgiu a partir desses questionamentos, cujo objetivo principal é buscar compreender a relação que os alunos do ensino médio têm com as fake news. Para tal, foi realizado um levantamento, por meio de questionário com 7 perguntas, sendo 3 abertas e 4 fechadas, em turmas do ensino médio normal e regular do Colégio Estadual Presidente Dutra. O questionário buscou investigar as frequências com as quais os entrevistados empregavam diferentes estratégias de verificação de conteúdo em seu processo de aprendizagem de Biologia. Os resultados do estudo se mostraram relativamente positivos, ao considerar que cerca de 60% dos alunos, sempre ou quase sempre, checam as fontes das informações sobre Biologia que acessam ao fazer pesquisas, trabalhos ou estudos. No entanto um número considerável de alunos declarou nunca consultar um especialista a respeito das informações que consomem, evidenciando que há a necessidade de que as escolas se preparem, e que tenham professores atualizados para que sejam também agentes de alfabetização digital dos alunos.

As fake news influenciam o processo ensino e aprendizagem na educação de Ciências e Biologia?

“…Os depoimentos transcritos destacam a necessidade de investigar e confrontar as informações por meio do diálogo e de atividades de ensino envolvendo a pesquisa, estimulando o pensamento científico e crítico. Uma vez que o ensino de Ciências tem também como finalidade a educação científica para o uso correto das mídias, o que envolve preparar os estudantes para a identificação de uma notícia falsa veiculada na mídia e sua análise crítica (CACHAPUZ; PRAIA; JORGE, 2004;PINTO;MORADO, 2021).…”

“…Para Chikuchi (2019), as intenções por trás de uma notícia falsa, envolvendo conhecimentos da Ciência, e a sua propagação, são diversas, passando pelo interesse em desacreditar o conhecimento científico e manter o obscurantismo das pessoas e, assim, facilitar a manipulação das pessoas de setores específicos com interesses ideológicos, religiosos ou econômicos. Nos últimos anos trabalhos têm sido desenvolvidos, buscando a exploração do universo das fake news e seus impactos no ensino (QUEIROZ, 2018) e, mais especificamente, em ensino de Ciências e Biologia (PRADO, 2018;SANTOS, 2018;SANTOS;JÚNIOR, 2019;PINTO;MORADO, 2021). Esses trabalhos têm mostrado cada vez mais, uma maior preocupação de escolas e professores em discutir os efeitos das fake news no ensino.…”