Interfaces Entre Gênero E Saúde Mental Abordadas Por Estudos Qualitativos Das Ciências Sociais E Humanas: Foco Nas Experiências Subjetivas

Abstract

O presente trabalho consiste em uma revisão de literatura do tipo narrativa que tem por objetivo destacar produções brasileiras de cunho empírico que englobam o gênero enquanto categoria analítica no campo da saúde mental. Possui como recorte estudos qualitativos que focalizam as experiências subjetivas face a própria saúde mental. Os estudos foram identificados através de base de dados como a Scielo e a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. A revisão evidencia a necessidade de mais estudos que considerem as perspectivas das pessoas face a própria saúde mental levando em conta uma abordagem de gênero; constata a escassez de estudos sobre a saúde mental masculina; demonstra que condições desiguais de gênero diferenciam as formas de adoecer entre homens e mulheres, bem como produzem impactos distintos para eles e elas em diversas esferas da vida. Aponta para a importância do registro e da análise sobre como as pessoas elaboram diferentes sentidos em torno de suas experiências de saúde mental para além de perspectivas biologicistas.

Análise do Discurso de Gênero no Contexto Hospitalar: Perspectivas de Mulheres Internadas nas Enfermarias de Ginecologia e Obstetrícia

“…É importante considerar que a Psicologia, enquanto dedicada, dentre outros, à prevenção de doenças e agravos, à promoção da saúde e ao tratamento/ redução de danos ou de sofrimentos, possui interfaces com a Saúde Coletiva (Osmo & Schraiber, 2015) e, assim, se preocupa com os impactos dos determinantes sociais de saúde (DSS) 1 na qualidade de vida e no bem-estar dos sujeitos e das coletividades. Dentre os DSS estão as identidades de gênero -e as orientações sexuais (Silva, Paulino, & Raimondi, 2020) -que impactam as condições de saúde e que, por isso, necessitam de atenção e de intervenção especializadas visando a resolubilidade e a integralidade do cuidado em saúde e do enfretamento dos agravos (Alves, 2018;Conselho Federal de Psicologia, 2019;Martin, Montanari, Pereira, Hamburguer, & Silveira, 2018).…”