Interface entre Educação Especial e Educação do Campo: a produção científica em teses e dissertações

Abstract

Este texto objetiva realizar um mapeamento da produção científica brasileira em teses e dissertações elaboradas na interface entre Educação Especial e Educação do Campo, com vistas à elucidação do panorama, das tendências e das lacunas da área. A metodologia adotada é a da pesquisa bibliográfica, operacionalizada por meio de estudo bibliométrico e revisão de literatura. Ao todo, foram analisadas 41 produções, entre teses e dissertações. Os resultados trazem indicadores da produção quanto ao tempo, à região do país, à dependência administrativa das Instituições de Ensino Superior, ao financiamento das pesquisas, à vinculação aos programas de pós-graduação e às populações da Educação Especial e da Educação do Campo contempladas nas investigações. Ainda, evidenciam os principais achados das teses e dissertações a partir dos seguintes eixos temáticos: concepções de interface, políticas públicas, formação de professores, práticas pedagógicas, trajetórias escolares e histórias de vida, identificação e avaliação das necessidades educacionais específicas, serviços especializados, linguagens e comunicação, educação e trabalho, interações socioeducacionais e representações sociais da deficiência. Espera-se contribuir para a construção do conhecimento na interface entre Educação Especial e Educação do Campo, bem como auxiliar no direcionamento de futuras pesquisas para outros objetos e/ou para diferentes abordagens das questões mais frequentemente estudadas.

Originary studentes in native schools: configurations of inclusive special education in Southern Amazonas

“…Segundo dados do IBGE (2023), existem 45 milhões de pessoas com deficiência e com algum transtorno específico. Dessa forma, é imprescindível que o governo brasileiro promova ações de inclusão, considerando o direito para todos e não somente por possuírem algum tipo de deficiência e transtorno.…”

“…As especificidades do processo de escolarização dos moradores rurais, ribeirinhos, originários etc., vem ganhando notoriedade nas discussões no campo educacional de inclusão. Isso porque, as interfaces da Educação Inclusiva para a promoção do processo ensino e aprendizagens nos campos escolares, segundo Nozu et al (2018), ainda apresentam lacunas diante os textos políticos normativos, mesmo em meio aos debates que já ocorrem desde a década de 1900.…”

Políticas e gestão na interface da Educação Especial e Educação do Campo

“…As pesquisas científicas no Brasil, na interface entre Educação Especial e Educação do Campo, ocorrem principalmente nos programas de pós-graduação stricto sensu, cursos de mestrado e doutorado, sobretudo de Instituições de Ensino Superior públicas, com maior número de produções realizadas pelas Universidades Federais. O mapeamento e a análise crítica da produção acadêmica são relevantes, na medida em que tornam possíveis o desenvolvimento e o avanço da ciência (NOZU; RIBEIRO; BRUNO, 2018).…”

O Aluno Com Transtorno Do Espectro Autista E a Contribuição Da Relação Família- Escola Para Seu Processo De Aprendizagem

“…Tanto estudantes que vivem no campo quanto estudantes público-alvo da Educação Especial, não obstantes as iniciativas pontuais implementadas em diferentes momentos, foram historicamente preteridos pelo Estado brasileiro no que se refere ao atendimento às suas singularidades, que implicam a necessidade de adequações, principalmente em termos curriculares e/ou arquitetônicos (MORAES, 2019;SILVA, 2018). Conforme Caldart (2012, p. 261),…”

“…Além de uma parte significativa dos povos do campo enfrentar dificuldades ou restrições para usufruir do direito à Educação do Campo, outra parte, isto é, estudantes público-alvo da Educação Especial, também enfrenta dificuldades ou restrições em relação ao direito a esta modalidade de educação. Há restrições de várias ordens, principalmente a inexistência, a insuficiência ou o inadequado atendimento também no que se refere à Educação Especial (BREITENBACH, 2009;CAIADO, 2012;NOZU;RIBEIRO;BRUNO, 2018;TORRES et al, 2015 A primeira delas apresenta a Educação Especial como uma das modalidades da Educação Básica no Brasil e comenta sobre aspectos do contexto de criação de modalidades da educação escolar brasileira:…”