O ponto de partida para o presente artigo foi a observação de que, num corpo de cerca de 800 textos literários em português, a Literateca, havia consideravelmente mais menções ao vestuário nos textos brasileiros do que nos portugueses. Isto levou a uma análise mais fina do campo semântico da roupa, tentando confirmar ou refutar essa tendência, e se confirmada, identificar suas possíveis causas. Algumas tentativas de explicação com base nos campos da antropologia, linguística cultural e estudos literários são alvitradas, e alguns estudos exploratórios são apresentados usando um conjunto mais comparável de obras literárias nas duas variantes do português. O artigo tenta mostrar a vantagem metodológica de efetuar leitura distante, que guia a leitura próxima e que leva a novas fases de análise, assim como a necessidade de investigar muitas diferentes vertentes quando se lida com corpos anotados.