RESUMOO presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida de idosos com Diabetes Mellitus do tipo 2 acompanhados pelos profissionais da atenção básica. Trata-se de um estudo descritivo e transversal, de abordagem quantitativa, realizado no ano de 2011 com 68 idosos diabéticos cadastrados nas unidades de saúde do município de Cajazeiras -Paraíba, por meio da aplicação de um instrumento com variáveis sociodemográficas e outro para avaliar a qualidade de vida -Problems Areas in Diabetes Scale (B-PAID), versões brasileiras. Os resultados apontaram que, de maneira geral, o diabetes exerce impacto significativo na vida dos idosos mais jovens (com média de 68,84 anos), do sexo feminino (75%), com grau de escolaridade menor (60,3%) e menor tempo de diagnóstico da doença (média de 6,62 anos). Conclui-se que, embora a maioria dos participantes do estudo tenha manifestado um bom padrão de qualidade de vida relacionado à saúde, ter diabetes traz especificidades que variam de indivíduo para indivíduo, caracterizando o fenômeno como singular. Pode-se ainda conhecer as dimensões mais negativas causadas pela diabetes, possibilitando assim o planejamento de ações de promoção da saúde e prevenção voltadas a este grupo com vistas à melhoria da qualidade de vida.
INTRODUÇÃODesde o início do século XX, com o grande avanço tecnológico criou-se a esperança de que a cura das doenças ou os tratamentos eficientes e definitivos seriam uma realidade; porém, apesar dos avanços da medicina, torna-se claro que algumas doenças não são passíveis de cura. Dentre estas, pode-se destacar a Diabetes Mellitus (DM) que se apresenta como um grupo de doenças metabólicas com evolução crônica, resultando em complicações a longo prazo para o organismo e prejuízos multidimensionais na vida dos pacientes (1) . Pelo grande número de pessoas idosas afetadas e pelas implicações econômicas e sociais envolvidas no seu controle e tratamento, a DM constitui grave problema de saúde pública em todo o mundo. Diante disso, a DM se apresenta como uma das doenças mais comuns na classificação das crônico-degenerativas, cujo tratamento e controle exigem mudanças de comportamento em relação à alimentação, ingestão de medicamentos e estilo de vida. Estas alterações podem comprometer a Qualidade de Vida (QV) se não houver orientação adequada quanto ao tratamento ou reconhecimento da importância das complicações que decorrem desta patologia (2) . Existe consenso por parte dos estudiosos (1) de que a DM apresenta impacto significante na QV das pessoas com idade superior a 60 anos. Diante desta afirmação, a avaliação da QV do paciente idoso é reconhecida como importante área do conhecimento científico, em razão do conceito de QV se interpor ao de saúde: satisfação e bem-estar nos âmbitos físico, psíquico, socioeconômico e cultural.