Inovação no Brasil e sua Relação com a Tríplice Hélice Universidade

Abstract

RESUMOA partir do desenvolvimento de projetos construídos em conjunto com as universidades e centros de pesquisa, novos conhecimentos são gerados e disseminados com o intuito de promover produtos ou processos inovadores. Portanto, a partir da Tríplice Hélice, é relevante compreender a relação de importância da hélice universidade para as inovações de produtos ou processos no Brasil. Neste contexto, este estudo teve como objetivo verificar se os setores que mais inovaram no Brasil ou que mais depositaram patentes, possuem um maior índice de cooperação com as universidades. Também, buscou-se compreender se quanto maior a busca de conhecimento externo advindo das universidades, maior é o grau de sucesso nas inovações e menor o índice de abandono de projetos. Para isso, o estudo utilizou dados quantitativos secundários obtidos por meio da Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC) e do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Os resultados demonstraram que o fortalecimento da relação entre o elo universidade-empresa podem inferir melhores capacidades de inovação de produtos ou processos nas empresas brasileiras, tornando-as mais competitivas e dinâmicas. Palavras-chave:Inovação; Tríplice Hélice; Universidade; Pesquisa de Inovação Tecnológica. INTRODUÇÃOA turbulência do cenário mercadológico, regido pela hiperconectividade, globalização e pela competição das organizações, que lançam constantemente novos produtos, com qualidade e tecnologia, buscando satisfazer os desejos e necessidades dos consumidores, exige foco na inovação como uma competência estratégica.Foi Schumpeter (1912) que concebeu a inovação como uma destruição criativa, capaz de movimentar melhores e novas combinações produtivas com o abandono de produtos e práticas antigas e obsoletas. Para os autores (CARAYANNIS; GONZALEZ, 2003;PAVITT, 1997;2008) a inovação é a chave para competir de forma bemsucedida no mercado.A diversidade de trocas e ideias advindas de relacionamentos entre os agentes externos (empresas, universidades, governo, centros de pesquisa, clientes, fornecedores e etc.), permite gerir fontes externas de conhecimento já existentes para renovar a organização de forma dinâmica, revelando mais do que uma tendência, mas uma nova perspectiva para as organizações (CHESBROUGH, 2012).Neste contexto, buscar alianças estratégicas baseadas nas relações do modelo Tríplice Hélice pode ser o divisor entre o fracasso e o sucesso de uma organização. O modelo de Tríplice Hélice tem como objetivo fomentar a inovação com base na relação governouniversidade-Empresa (ETZKOWITZ; LEYDESDORFF, 1995). Este modelo espiral de inovação, leva em consideração as múltiplas relações do processo de geração e disseminação do conhecimento. Cada Hélice é uma esfera institucional independente que opera através de fluxos de conhecimento, em cooperação e interdependência com as demais esferas (STAL; FUJINO, 2005).