Influência do consumo crônico de álcool etílico na morfologia de ossos longos em ratas adultas jovens

Abstract

A ingestão crônica de álcool pode provocar alterações estruturais em vários tecidos, inclusive no tecido ósseo. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da ingestão de álcool etílico sobre a morfometria de fêmures e tíbias em ratas. Foram utilizados quarenta animais (4 meses de idade) divididos em cinco grupos (n=8) conforme a dieta líquida administrada: água (Gc-controle), solução alcoólica a 10% (GA1), solução de sacarose a 13,5% (GI1), solução alcoólica a 20% (GA2), solução de sacarose a 27% (GI2). Os grupos GI1 e GI2 receberam dietas controladas com mesmo valor calórico dos grupos GA1 e GA2, respectivamente. Após oito semanas, os animais foram sacrificados e os fêmures e tíbias removidos. O peso úmido dos espécimes foi avaliado em balança analítica. O comprimento e diâmetros (ântero-posterior e médio-lateral) foram medidos com paquímetro digital. Após, foram realizadas radiografias na metade distal dos espécimes para determinar a localização do tecido ósseo trabecular. Nesta região, secções transversais (1 mm) foram obtidas, em local padronizado, a fim de avaliar o percentual médio da área óssea cortical e medular. A análise estatística (ANOVA) não revelou diferenças significativas (P>0,05) para comprimento, diâmetro médio-lateral, diâmetro ântero-posterior e valores percentuais de área óssea cortical e área óssea medular. Pode-se concluir que o consumo de álcool etílico a 10% (que correspondeu a 24,36% das calorias diárias da dieta) e 20% (que correspondeu a 40,10% das calorias diárias da dieta) durante oito semanas em ratas adultas jovens não promoveu alterações morfológicas nos ossos longos.

Uso de álcool durante tratamento medicamentoso

“…No cérebro o álcool estimula a liberação de serotonina que regula o humor, no estômago altera a mucosa, o que contribui para a indigestão e aumento da produção do ácido gástrico, além disso, o álcool pode aumentar o volume urinário pela inibição do ADH. [2,4] Os efeitos que o álcool pode ter sobre os medicamentos são de vários tipos: farmacocinéticos , absortivos, biotransformativos , excretórios e hipoglicemiantes. As interações farmacocinéticas interferem nas fases de absorção, distribuição, biotransformação e excreção.…”

“…As interações de biotransformação são basicamente a conversão do composto em hidrossolúvel isso pode ocasionar na inibição ou à indução de um ou mais sistemas enzimáticos (enzimas microssomais hepáticas, citocromo P450, colinesterases, monoaminoxidases-MAO). [2,3,5] Dentre as Interações na excreção ocorre a modificação da taxa de excreção devido à interação ao longo dos néfrons, ou seja, alterações como o ph pode interferir na excreção, de modo que a urina com pH ácido favorece a excreção de drogas de caráter básico, enquanto uma Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 30845-30852, nov./dec., 2023 urina com pH alcalino, favorece a excreção de drogas de carácter ácido. as interações farmacodinâmicas estão associadas a uma sinergia ou antagonismo da ação farmacológica, isso pode ser explicado através da interação dos medicamentos com os mesmos receptores e o bloqueio pode ser justificado pelo mesmo motivo de competição.…”

“…Os indivíduos que fazem o uso de metformina e fazem ingestão de álcool podem levar a problemas hepáticos. [2,4,5] Essas interações podem ser vistas em qualquer associação entre o álcool e as principais classes de medicamentos. Os antimicrobianos são afetados diretamente pelo consumo de álcool durante o tratamento e pode ocasionar resistência e piora clínica do paciente, uma vez que os antibióticos têm sua absorção retardada, em comparação com a sua absorção com a administração com água, devido à inibição do álcool na digestão gástrica e da menor solubilidade desses medicamentos no álcool do que na água, devido ao atraso do esvaziamento gástrico o que resulta no atraso da sua absorção, picos de concentração menores e eliminação mais rápida.…”

“…álcool etílico pode causar efeitos deletérios no Sistema nervoso central, além de causar alterações significativas que variam de acordo com cada indivíduo, em outros órgãos e tecidos do corpo humano. O caminho percorrido pelo etanol ao ser ingerido tem seu fim na Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 30845-30852, nov./dec., 2023 corrente sanguínea, sendo que pode ser absorvido durante esse processo e ao fim dele quando estiver no intestino delgado [1,2]. Ao ser consumido, o intestino delgado e o estômago absorve o álcool, as concentrações mais altas ficam presentes no sangue em 30 minutos após a ingestão e se não houver nenhum alimento no estômago.O etanol é metabolizado por oxidação hepática, por duas enzimas álcool desidrogenase (ADH) e aldeído desidrogenase (ALDH), que metabolizam o álcool, a primeira enzima em acetaldeído, que posteriormente será transformado em acetato pela segunda enzima (ALDH).…”