Infecção pulmonar por rhodococcus equi em doente vih+ - revisão baseada num caso clínico

Faria, João; Simões, Joana; Silva, Artur M. S.; Eiras, Eduardo; Soares, Maria Carolina S.; Guimarães, Mário; Ferreira, Jorge; Furtado, António

doi:10.22546/22/376

Cited by 1 publication

(1 citation statement)

References 11 publications

(26 reference statements)

Supporting

Mentioning

Contrasting

Unclassified

Order By: Relevance

“…Desde o primeiro caso descrito em 1967 1 , foi publicada cerca de uma dezena de casos até ao início dos anos 80. Nos últimos 30 anos tem-se assistido a um claro aumento do número de casos em doentes com disfunção imunitária, sobretudo na infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH), mas também em doentes sob terapêuticas imunossupressoras e doentes oncológicos [2][3][4][5][6][7] . O Rhodococcus equi é uma bactéria pleomórfica gram positivo, que cresce nos meios de cultura habituais mas é frequentemente interpretada como contaminante.…”

unclassified

Infecção disseminada por Rhodococcus em doente imunossuprimida

Nunes¹,

Coutinho²,

Vélez³

et al. 2014

Gal. Clin.

View full text Add to dashboard Cite

ResumoReconhecido como agente de doença veterinária, o Rhodococcus tem vindo a ser implicado num número crescente de infecções em doentes imunossuprimidos. Doente do sexo feminino, de 55 anos, com antecedentes de dermatomiosite diagnosticada um ano antes do episódio de doença actual, sob corticoterapia sistémica. Apresentava episódio recente de clínica respiratória com imagiologia sugestiva de embolização séptica, que evoluíra favoravelmente após antibioterapia. Passados 3 meses recorreu ao hospital com sinais inflamatórios da parede abdominal, sendo objectivado extenso abcesso intra-abdominal. Efectuou drenagem cirúrgica e iniciou antibioterapia empírica. Na cultura do pus cresceram bacilos gram positivo, descartados como contaminantes. A repetição da colheita de pus permitiu isolar Rhodococcus spp, tendo sido iniciado esquema combinado com ciprofloxacina e cotrimoxazol. Em ambulatório, após estudo adicional, foi diagnosticado adenocarcinoma gástrico, sendo a doente gastrectomizada e submetida a radioterapia e quimioterapia adjuvante, mantendo antibioterapia supressiva. As infecções em doentes imunossuprimidos requerem um elevado índice de suspeição para agentes atípicos, sendo fundamental o contacto próxi-mo entre o clínico e o microbiologista. Palabras chave. Dermatomiositis. Paciente inmunocomprometido. Zoonosis. Infección oportunista AbstractKnown as an animal disease agent, Rhodococcus has been increasingly associated with infection in immunosuppressed patients. A 55 year-old female patient, diagnosed with dermatomyositis one year before and under corticosteroids, presented with respiratory symptoms and evidence of bilateral pulmonary nodules that responded well to a short course of antibiotics. Three weeks later she presented with inflammatory signs on the abdominal wall and a large intrabdominal abscess was diagnosed. The abscess was surgically drained and antibiotics were started. The pus culture grew gram positive bacilli, disregarded as contamination. Pus culture was repeated, revealing Rhodococcus spp, and antimicrobial therapy was altered to ciprofloxacin and cotrimoxazole. After hospital discharge the patient was diagnosed with gastric adenocarcinoma and underwent surgery, chemotherapy and radiotherapy, maintaining the antibiotic suppressive regimen. A close relationship between the treating physician and the microbiologist is beneficial in diagnosing infections by atypical pathogens in immunosuppressed patients. Key words. Dermatomyositis. Immunocompromised Patient. Zoonoses. Opportunistic infections IntroduçãoReconhecido como agente de doença veterinária, a doença humana por Rhodococcus equi é pouco frequente. Desde o primeiro caso descrito em 1967 1 , foi publicada cerca de uma dezena de casos até ao início dos anos 80. Nos últimos 30 anos tem-se assistido a um claro aumento do número de casos em doentes com disfunção imunitária, sobretudo na infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH), mas também em doentes sob terapêuticas imunossupressoras e doentes oncológicos [2][3][4][5][6][7] . O...

show abstract

unclassified