Indústria da notícia e execuções sumárias: Gaye Tuchman e jornalismo criminal

Abstract

ResumoEste artigo tem por objetivo discutir a difusão das ideias da socióloga estadunidense Gaye Tuchman na área da Comunicação nos países lusófonos, em especial no Brasil. Para tanto, foi realizada pesquisa bibliográfica dos trabalhos em Língua Portuguesa da autora e de pesquisadores cujas publicações a referenciam. Os principais conceitos desenvolvidos por Tuchman serão aqui expostos e utilizados para a análise do fenômeno da cobertura jornalística da execução sumária de acusados e suspeitos de crimes hediondos de estupro e homicídio qualificado de criança, adolescente e mulher.

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“…A socióloga Gaye Tuchman (1978), uma das mais renomadas nos estudos do newsmaking, tema abordado em sua tese de doutorado, acompanhou a rotina de vários jornais para tentar compreender "em que medida os media podem contribuir com a construção social da realidade e como as rotinas do trabalho informativo determinam a produção da notícia?" (Pimentel;Temer, 2012, p. 120). A pesquisadora notou que os jornalistas trabalhavam com os imprevistos, já que os fatos aconteciam o tempo inteiro e em qualquer lugar, o desafio maior era organizar o tempo e o espaço para otimizar a rotina produtiva, desse modo, medidas estratégicas eram adotadas para que o trabalho fluísse melhor.…”

“…Sendo assim, é muito comum que o jornalista molde o seu perfil profissional de acordo com as suas produções, já que o newsmaking trabalha com a hipótese de que as notícias são o que são, devido à rotina informativa que vive em constante movimento. Portanto, "a produção noticiosa é pensada como rotina industrial e a notícia é vista como resultado dos diversos fatores envolvidos no processo" (Souza, 1999, p. 119 apud Pimentel;Temer, 2012). Essa chegada massiva Scientia Generalis, v. 5, n. 1, p. 1-19.…”