Incidência e fatores de risco para hospitalização em pessoas idosas institucionalizadas

Abstract

Resumo Objetivo Avaliar a incidência de hospitalização e seus fatores de risco em pessoas idosas institucionalizadas no follow-up de 12 meses na cidade de Natal, RN, Brasil. Método Estudo de coorte concorrente composto por idosos com 60 anos ou mais e que residiam nas 10 Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) participantes do estudo. Nos 320 participantes foram aferidas informações sobre condições sociodemográficas (idade, estado civil, filhos, plano de saúde, tipo de instituição, tempo de institucionalização e se foi por motivo de doença, relação do número de idosos por cuidador e, condições de saúde), estado nutricional (MAN), capacidade funcional (Índice de KATZ), estado cognitivo (teste de Pfeiffer), fraqueza muscular (Dinamômetro). Considerou-se um nível de significância de 5% (p < 0,05) e intervalo de confiança (IC) de 95% na análise bivariada e multivariada. Resultados 20,6% (IC 95%: 16,5-25,4), do total de participantes, foram hospitalizados, com a permanência média de 16,1 dias (dp: 17,1) ao final dos 12 meses. A principal causa da hospitalização foram as doenças pulmonares (30,3%). A presença de desnutrição ou risco de desnutrição (p=0,016; IC95%: 1,17-4,96) e fazer uso de medicamentos para o sistema cardiovascular (p=0,003; IC95%: 1,43-5,77) foram fatores de risco para a hospitalização, após ajustes das variáveis sociodemográficas e clínicas. Conclusão A hospitalização teve uma alta incidência entre os idosos. Além disto, a desnutrição ou risco de desnutrição e o uso de medicamentos cardiovasculares foram considerados fatores de risco para a hospitalização no período de 12 meses.

Cuidando De Cuidadores Que Atuam Em Ilpi: Contribuições Da Neuropsicologia

“…Um dos motivos para este fenômeno é a ideia negativa associada às instituições, como lugares de abandono e afastamento familiar (Anastácio et al, 2021). Os dados disponíveis indicam que idosos institucionalizados apresentam índices funcionais abaixo dos esperados para a população de mesma faixa etária, além disso, apresentam também mais declínio cognitivo que idosos da comunidade (Andrade et al, 2020;Cunha, Pacheco & Barreto, 2021).…”

“…A perda de funcionalidade acarreta uma série de consequências negativas como menor chance de retorno ao convívio familiar, já que um dos motivos para institucionalização é a maior dependência do idoso e a falta de estrutura familiar para lidar com esta condição (Fagundes et al, 2021;Silva et al, 2019). Outra consequência nefasta é a associação entre dependência funcional e o maior risco de queda e internação dos idosos, podendo aumentar em até 2,5 vezes a possiblidade do idoso precisar de recursos hospitalares para seu tratamento (Andrade et al, 2020;Paula et al, 2020). (Beck, Epstein, Brown& Steer, 1988;Cunha, 2001).…”

“…O nome ILPI, recentemente adotado, surge de uma necessidade de demonstrar cuidado e reduzir o estigma negativo associado à institucionalização (Barbosa et al, 2017). Outro ponto que contribui para o estigma negativo são os dados que demonstram que os idosos residentes de ILPI apresentam piores índices funcionais e cognitivos que os idosos que são cuidados por familiares na comunidade (Andrade et al, 2020;Cunha, Pacheco & Barreto, 2021).…”

“…Por outro lado, há idosos que necessitam de cuidados que não podem ser oferecidos por suas famílias (Anastácio et al, 2021), sendo a mudança para uma ILPI uma necessidade ou opção, para que o idoso possa receber os cuidados de que necessita. No entanto, é importante compreender o perfil destes idosos que passam pelo processo de institucionalização para pensar em estratégias que visam reduzir os impactos funcionais e cognitivos desta mudança (Andrade et al, 2020;Cunha, Pacheco & Barreto, 2021).…”

“…Por fim, a tabela 5 apresenta os resultados das avaliações funcionais em forma de frequência.Tabela 2: Resultados da Escala de Medo da COVID-19. (n=45) e normal (n=13) na Escala de Medo da COVID-19 (T(56)=-2,68, p=0,01) e na GAI (T(56)=-2,41, p=0,019).A maior parte da amostra é formada por mulheres (53,4%) assim como no estudo deAndrade et al (2020) que apresentou 75,3% da amostra do sexo feminino e do estudo de Fagundes e colaboradores (2021) que mapeou idosos de instituições de longa permanência que atendem ambos os sexos e encontrou 56,2% da amostra do sexo feminino. Este mesmo estudo avaliou dados de escolaridade e identificou 40,9% dos homens analfabetos.…”