Incidência de morbidades e déficit no desenvolvimento de crianças nascidas de cesariana x parto normal

Abstract

A cesariana é uma intervenção obstétrica que visa salvar a vida das mulheres e seus recém-nascidos, e quando realizada sob uma indicação medica, é uma cirurgia segura e essencial, mas quando realizada sem qualquer indicação medica, não há evidencias que tragam benéficos e ainda alguns estudos relatam que trazem prejuízos para a saúde do recém-nascido e da criança. As taxas de cesárea têm crescido bruscamente em todo o mundo, sendo o Brasil um dos piores cenários, portanto o objetivo desse estudo foi identificar os prejuízos que a cesariana sem indicação pode trazer ao desenvolvimento e saúde do recém-nascido e da criança. Trata-se de uma revisão de escopo onde os artigos foram selecionados nas bases de dados LILACS e Medline. Como resultado a cesariana apresentou maior risco de atrasos no desenvolvimento e neurodesenvolvimento, já o desenvolvimento de morbidades e eventos adversos infantis foram mais prevalentes em crianças nascidas por cesárea em comparação às nascidas de parto normal. A colonização da microbiota intestinal também foi diferente quando comparado as duas vias de parto, encontra-se nas crianças nascidas por cesariana uma menor diversidade microbiana ao longo da infância, que está relacionada ao risco aumentado de desenvolvimento de doenças do sistema imunológico. Desta maneira conclui-se que precisamos mensurar o uso dessa via de parto sem indicação, pois trás consequências a saúde do recém-nascido e da criança.

Incidência de cesarianas a pedido antes e depois da Lei Estadual nº 20.127 na 10º Regional de Saúde do Paraná

“…Esses índices elevados expõem as inúmeras cesarianas sem indicações médicas, as quais podem trazer prejuízos a curto e a longo prazo e direta e indiretamente na saúde do recém-nascido e no seu desenvolvimento. Associados ao procedimento cirúrgico em si ou ao uso de anestesia e antibióticos, além de atrasar o contato pele a pele com a mãe e a primeira amamentação (Gonzaga et al, 2022;Valois et al, 2019).…”

“…O artigo publicado na Scire Salutis em 2022, revelou que esses fatores, citados anteriormente, aumentam o risco de déficit no desenvolvimento e no neurodesenvolvimento infantil, através de atrasos nos marcos de desenvolvimento, transtorno do espectro do autismo e transtorno de déficit de atenção, além de aumentarem o risco de obesidade, sibilância na infância, asma e doenças do sistema autoimune (Gonzaga et al, 2022).…”