“…O PTS se caracteriza por ser uma estratégia de cuidado que articula um conjunto de ações construídos e discutidos coletivamente, configurando-se como um movimento de coprodução e cogestão do processo terapêutico, que leva em consideração as vulnerabilidades do sujeito que, além de contemplar dimensões individuais, culturais, econômicas e sociais, traz uma dimensão programática, a qual diz respeito às estratégias e programas que visam o cuidado de determinada necessidade do indivíduo (Batista et al, 2020, Carvalho Neto et al, 2020 Tratando-se do uso problemático de substâncias psicoativas, temos o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS ad) nas modalidades I, II, III e IV como um recurso terapêutico. Os CAPS AD III e IV possuem leitos de acolhimento noturno destinados ao atendimento de usuários com base em critérios clínicos, em especial para desintoxicação e/ou critérios psicossociais (Alves et al, 2012;Brasil, 2011;Brasil, 2012;Brasil, 2017) Inicialmente a estes era proposto um cuidado pautado não somente sob a lógica da abstinência, mas também sob lógica da redução de danos como uma prática possível, objetivando o resgate da autonomia e a reinserção das pessoas que fazem uso de substância na sociedade, tendo em vista a melhora da qualidade de vida destas (Vieira et al, 2022). Com o desmonte da seguridade social, a nova Política de Álcool e Outras Drogas retira a redução de danos como estratégia de tratamento, sugerindo a lógica da abstinência como objetivo prioritário para a abordagem da dependência química (Brasil, 2017;Boska et al, 2018;Brasil, 2019a), fato que dificulta as intervenções devido à complexidade da abordagem da dependência química.…”