Importância da educação formal dos responsáveis e renda familiar no processo de adesão ao uso de próteses auditivas em menores de 12 anos

Abstract

OBJETIVO: verificar se o nível de educação formal dos responsáveis pelas crianças atendidas no serviço de Saúde Auditiva de um Hospital Universitário, assim como a suas rendas familiares e o grau das perdas auditivas das crianças, influencia na adesão ao uso de próteses auditivas. MÉTODOS: foi realizado um estudo retrospectivo por meio de um levantamento de dados secundários contidos em fichas técnicas no Laboratório de Exames Complementares do referido Hospital. Foram verificados os dados sobre o tipo e o grau das perdas auditivas, tipo de adaptação, renda familiar e escolaridade dos pais ou responsáveis. A adesão ao uso de próteses auditivas foi verificado por meio da presença em consulta anual após alta. RESULTADO: foram verificados dados de 105 pacientes. Em 35 (10,47%) casos, os entrevistados relataram até um salário mínimo como única renda familiar, 54 (51,4%) entre um e três salários mínimos, 4 (3,8%) entre três e 10 salários mínimos e em 12 (11,4%) casos esse dado não foi informado na entrevista. Em relação à escolaridade dos responsáveis pelas crianças, 51 (48,5%) responsáveis relataram ter no máximo, ensino fundamental I, 39 (37,1%) iniciaram ou completaram o ensino médio, 5 (4,7%) iniciaram ou completaram um curso superior e em 10 (9,7%) entrevistas não constava essa informação. Em 94 casos foi encontrada adesão e em 11, não adesão. Não houve significância estatística entre a renda familiar ou escolaridade dos responsáveis com o sucesso na adesão de crianças atendidas no Hospital Universitário. CONCLUSÃO: a renda familiar ou a escolaridade dos responsáveis não influencia na adesão em crianças de até 12 anos atendidas no Hospital Universitário.

Análise das Estratégias Empregadas em um Programa de Intervenção Fonológica para Crianças com Deficiência Auditiva1,

“…It was observed that the characteristics of the children in the intervention groups certainly determined the needs for adaptations to be made (Lederberg, Schick, & Spencer, 2013), with emphasis on the time of sensory deprivation (Bornstein, 2018;Wake & Carew, 2016), the restricted use of hearing aids for some of them (Penna, Lemos, & Alves, 2015;Vasconcelos, & Pereira, 2015) and the late entry into the hearing (re)habilitation program (Bicas, Guijo, Delgado-Pinheiro, 2017;Oliveira, Penna, & Lemos, 2015;Tabaquim et al, 2013), which were factors verified in the sample and which should be considered in the development of strategies for phonological work.…”

“…Over the past 30 years, surprising technological and scientific advances have given children with hearing impairment access to speech sounds at a time favorable to their language development (Wake & Carew, 2016;Bornstein, 2018). Even so, due to the variables involved in the (re)habilitation process -such as: age at diagnosis, cause and degree of hearing impairment, time of use of hearing aid devices, family involvement in the therapeutic process (Bicas, Guijo, & Delgado-Pinheiro, 2017;Moret, 2017;Oliveira, Penna, & Lemos, 2015;Penna, Lemos, & Alves, 2015;Tabaquim et al, 2013;Vasconcelos & Pereira, 2015), among other factors -, hearing impaired children have a disadvantage in relation to hearing children in terms of phonological processing and are, therefore, a risk population for the acquisition of the ability to read (Goldberg & Lederberg, 2015;Lederberg, Schick, & Spencer, 2013;Naveka von Mentzer et al, 2013;Werfel, Douglas, & Ackal, 2016).…”

Pegadas na areia

“…O segundo tratamento mais relatado foi a indicação de aparelho auditivo: que garanta a adesão do sujeito por se sentir pertencente e ver as potencialidades resultantes do processo 74,221 .…”

“…A privação sensorial pode ter consequências biológicas, psicológicas e sociais importantes. Estudos relacionam a privação auditiva com isolamento social, ansiedade, depressão e declínio cognitivo 221,222 . Em contextos específicos, como o relatado por Nascimento et al (2017) 223 nas comunidades ribeirinhas da Amazônia, a perda auditiva foi relacionada com a maior ocorrência de mortes, uma vez que nesta população, o conhecimento e as informações são passados prioritariamente de forma verbal, seja pessoalmente, por rádio ou televisão, e foram verificadas que muitas mensagens que incluíam questões relacionadas à sobrevivência da comunidade estavam se perdendo pela dificuldade auditiva de seus membros.…”

“…Para que o uso da prótese auditiva faça sentido para aquele sujeito, é necessário que ele esteja envolvido, acolhido, contemplado e vinculado no processo terapêutico. A ação mandatória e somente prescritiva não traz benefícios porque o sujeito não se vê como parte integrante do seguimento e o que lhe é apresentado, não contém significado para o seu modo de vida 221,228 . A avaliação do meato acústico externo por meio da realização da otoscopia XI faz parte do exame físico e em casos de queixa auditiva se faz imprescindível para descartar possíveis causas otológicas, como a presença de uma rolha de cerume por exemplo, e para possibilitar a realização da avaliação audiológica havendo indicação, sendo necessária a verificação de impedimentos para visualização da membrana timpânica 230 .…”