Implicações do uso de agrotóxicos:Percepções de familiares de crianças portadoras de neoplasia Implications of pesticide use: perceptions of families of children with cancer

Abstract

Objetivo: Conhecer as percepções de familiares de crianças portadoras de neoplasia atuantes como trabalhadores rurais acerca do processo de adoecimento e implicações do uso de agrotóxicos. Método: os dados foram coletados por meio de entrevista dirigida orientada por um formulário sociodemográfico e entrevista semi-estruturada, durante os meses de outubro de 2014 a janeiro de 2015. Os resultados transcritos foram analisados com base no referencial proposto para análise temática. Resultados: dos resultados emergiram duas categorias temáticas intituladas Percepções de familiares frente ao processo de adoecimento da criança e Percepções de familiares frente ao uso de agrotóxicos. Conclusão: acredita-se que a inserção da discussão sobre a problemática dos agrotóxicos na atividade rural possibilita novos olhares, visando a minimizar a crise ambiental, o processo de adoecimento e ampliar o entendimento do processo de saúde-doença como resultante, também, da integração do ser humano com o meio ambiente.

Noções e uso de agrotóxicos: Um estudo de caso com agricultores familiares

“…(AF5) Para os participantes deste estudo, existem danos ambientais decorrentes do vasto uso de agrotóxicos, também destacada em outras pesquisas, especialmente em relação à contaminação das águas, solos e alimentos (Borges, et al, 2016;Santana, et al, 2016). As compreensões dos agricultores familiares acerca dos agrotóxicos foram corroboradas pelo entendimento comum, amplamente reforçado na sociedade pelas mídias, de que os agrotóxicos são um mal necessário, e para além de seus malefícios à saúde e ambiente, seu uso se justifica como fundamental para o efetivo combate de pragas a fim de se evitar perdas na produção agrícola (Camponogara, et. al., 2017;Miorin, et.…”

“…A literatura aponta que um EPI agrícola é composto por: botas de borracha, calça (75% impermeável, 25% permeável), camisa de algodão manga longa, avental impermeável, boné de tecido com protetores para o pescoço ou touca árabe, viseira de material plástico transparente e luvas impermeáveis (Veiga & Almeida & Duarte, 2016). Estudos indicaram predomínio do uso de EPIs incompletos (Leão, et al, 2018), com priorização de bota, macacão, luvas, máscara (80%), viseira, chapéu/boné (20%) e óculos protetor (13%) (Cargnin & Echer & Silva, 2017), e ainda, (20%) não usavam EPIs em função do trabalho ser realizado manualmente (Camponogara, et al, 2017). Já em estudo com proprietários e trabalhadores da fruticultura, houve maior proporção de uso completo de EPIs entre trabalhadores (63%) em relação aos proprietários (51%) e, dentre os que não utilizavam EPIs, essa diferença foi de 7% em proprietários e 2% nos trabalhadores (Corcino, et al, 2019).…”