A pessoa que apresenta alteração nos seus órgãos sensoriais tem capacidade reduzida em perceber o real envolvimento do processo saúde-doença bucal na sua qualidade de vida. A pesquisa avaliou o impacto da condição de saúde bucal na qualidade de vida das pessoas com deficiência visual que frequentam o Instituto Roberto Miranda, em Londrina-PR. Na análise qualitativa proposta, foi usado o índice Perfil do Impacto da Saúde Oral na sua versão reduzida, estruturado no Google Forms, com 14 perguntas objetivas, abordando sete dimensões: limitação funcional; dor física; desconforto psicológico; incapacidade física, incapacidade psicológica, incapacidade social e desvantagem; aplicado a 54 deficientes visuais adultos. O formulário foi impresso em papel A4, aplicado presencialmente pelos pesquisadores na instituição de ensino frequentada pelos envolvidos na pesquisa, em dias e horários pré-estabelecidos pela sua equipe pedagógica. As respostas obtidas foram tabuladas e organizadas em documento Microsoft® Excel® para Windows 10® e tratadas pela estatística descritiva, com análise baseada no método de adição. No último ano, não houve impacto do processo saúde-doença bucal na qualidade de vida dos respondentes. A categoria 0 (nunca) foi predominante em 60,72 % das respostas. As dimensões dor física, desconforto psicológico e incapacidade psicológica foram mais impactantes na vida dos respondentes. A ausência de visão reduz a capacidade de percepção das pessoas e sugere que interferiu na análise subjetiva dos respondentes desta pesquisa. Se faz necessário mais estudos que correlacionem o auto relato da pessoa com deficiência visual com os dados clínicos sobre a sua condição de saúde bucal.