ResumoObjetivo: O presente estudo de caráter exploratório procurou caraterizar e comparar as perceções de doença e as crenças erróneas sobre a doença cardíaca em pacientes portugueses e nos seus cônjuges. Método: A amostra foi composta por 46 pacientes com doença cardíaca e 32 cônjuges. Foi utilizada uma metodologia combinada (qualitativa e quantitativa), com recurso a instrumentos de autorrelato e, no caso das perceções de doença dos pacientes, também a desenhos do coração. Resultados: Verificou-se que as perceções de doença do paciente diferem consoante o sexo, a idade e a situação profissional e estão relacionadas com traços de personalidade. Os cônjuges dos pacientes parecem reportar níveis mais elevados de preocupação com a doença. A análise dos desenhos efetuados pelos pacientes sugere ainda que a altura e a área dos mesmos podem estar associadas com dimensões específicas das perceções de doença. Conclusão: Em termos gerais consideramos que o presente estudo contribui de forma modesta mas significativa para descrever o tipo de crenças erróneas sobre as doenças de coração dos pacientes e cônjuges, assim como para analisar de que forma a perceção da doença influencia outras crenças relacionadas com diferentes aspetos da fase de ajustamento e gestão da doença.
Palavras-chave: doença cardíaca, crenças erróneas, perceção da doença, pacientes, cônjuges
AbstractAim: The aims of the present study were concerned with the characterization of illness perceptions of heart disease and cardiac misconceptions in patients and their partners. We also examined the associations between illness perceptions and cardiac misconceptions with sociodemographic information and mood. Method: The participants were 46 cardiac patients, 32 with a participating partner; all completed an anonymous self-administered questionnaire. A combined methodology (qualitative and quantitative) was used. The variables were assessed by using several self-report instruments and, in the case of patients' illness perceptions, also by collecting drawings of the heart. Results: The results indicated that illness perceptions differed according to sex, age and professional status of the patients and that these perceptions were related to personality traits. The partners reported higher levels of concern towards illness than patients. The analysis of the patients' drawings of the heart suggests that area and height are associated with specific illness perceptions. Conclusion: Overall, the present study provides a modest but significant contribution to describe illness perceptions and cardiac misconceptions of patients and their partners and their association with recovery outcomes.