Envelhecer é um processo natural em que ocorre redução de atividades laborais, psíquicas e biológicas. O envelhecimento envolve fatores diversos que fazem interligações multidisciplinares, caracterizando-se como um processo complexo. Objetivou-se, neste trabalho, analisar os fatores associados à qualidade de vida da mulher idosa, numa população geral, no ano de 2016. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e de caráter descritivo, realizada com 550 idosas, residentes no município de Guanambi (BA), no ano de 2016. Adotaram-se, como critérios de inclusão, idosas com idade maior ou igual a 60 anos, que estivessem conscientes e aceitaram participar da pesquisa, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados formulário semiestruturado e o instrumento de avaliação da Qualidade de Vida da Organização mundial da Saúde (OMS), o World Health Organization Quality of Life (WHOQOL- bref) A análise dos dados obtidos foi realizada através do programa Stata versão 10. Vale ressaltar que foram cumpridas todas as exigências da resolução 466/12 do Ministério da Saúde. Das 550 idosas participantes da pesquisa, a maioria delas possuíam idade entre 60 a 70 anos (54,1%), sem companheiro (53,8%) e se declararam da raça/cor da pele negra. No tocante ao nível de escolaridade (53,8%) das idosas cursou apenas o ensino fundamental e 39,5% eram analfabetas. Já para o quesito renda familiar (60,4%) recebem um salário mínimo por mês. E para a cooperação familiar na renda da família 71,8% das idosas não tinha ajuda financeira, sendo sua renda a única para sustentar toda a família. As idosas moravam, em sua maioria, por mais de três familiares (32,4%). 68,2% das idosas tem uma apercepção positiva quanto a sua qualidade de vida. Na análise estatística multivariada de regressão logística observou-se que as variáveis que se mantiveram no modelo final, como fatores associados à qualidade de vida das idosas, foram: a renda (OR = 1,62; IC =1,16 – 2,26), a percepção da saúde (OR= 4,16; IC= 2,77 – 6,25), lazer (OR = 2,03; IC= 1,25 – 3,27) e a condição de moradia (OR = 3,10; IC= 1,74 - 5,53). A qualidade de vida está diretamente associada a disponibilidade de recursos sociais utilizados e vivenciados no percurso da vida e no próprio processo do envelhecimento. Assim sendo, a carência ou excesso desses riscos socioeconômicos tem interferência e são indicadores de bem-estar na velhice, como por exemplo: a renda, o grau de escolaridade e condições de saneamento básico entre outros.