Impacto Da Pandemia De COVID-19 No Consumo De Bebidas Alcoólicas – Uma Amostragem Na Cidade De Porto Velho – RO, Uma Capital No Sudoeste Da Amazônia Legal / Impact Of The COVID-19 Pandemic On Alcoholic Beverage Consumption - A Sampling In The City Of Porto Velho – RO, A Capital In The Southwest Legal Amazon

Abstract

O objetivo foi investigar o padrão de consumo de bebidas alcoólicas durante a pandemia de COVID-19 em indivíduos residentes da cidade de Porto Velho, Rondônia no período de setembro de 2020 à janeiro 2021. Foi realizado um websurvey, aplicado a um grupo de indivíduos, com 18 anos ou mais, através de questionário autoaplicável disponibilizado de modo on-line. Para as variáveis analisadas antes da pandemia, a distribuição da proporção de indivíduos para a classificação de risco no Audit-c variou apenas nos grupos referentes às variáveis de frequência de consumo, que mostra que o consumo de 2 a 4 vezes por semana dobrou chegando a 16,7% durante a pandemia, e o consumo de 6 ou mais doses semanalmente foi de 12,3%. Esta pesquisa ressalta a importância com relação a redução no consumo de álcool e consequentemente os danos causados, afim de disseminar conhecimento para o público alvo e nortear políticas públicas de redução dos agravos da ingestão alcoólica.

Efeito da intervenção breve on-line para redução do uso de álcool durante a pandemia da COVID-19

“…Em relação ao maior consumo de álcool por jovens, este tem sido um comportamento crescente, preocupante e bem descrito na literatura, independentemente do período pandêmico, em diversos países (ALPERS et al, 2021;BASTOS, 2017;RODRIGUES et al, 2021;WARDELL et al, 2020). O uso em binge se destaca entre as pessoas mais jovens, associado às consequências graves para a saúde, como a intoxicação alcoólica, lesões não intencionais, suicídio, hipertensão arterial severa, pancreatite, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), meningite, acidentes e a outros transtornos (WHO, 2020).…”

“…Nossos achados corroboram aos resultados de um estudo on-line, realizado durante o período da pandemia, envolvendo 114 indivíduos residentes em Porto Velho (RO), que identificou porcentagens elevadas de usuários nocivos de álcool entre aqueles que possuíam baixa escolaridade (33,3% alto risco; 33,3% risco severo) e renda (alto risco 20,6%; risco severo 20,6%; p=0,032) (RODRIGUES et al, 2021).…”

“…Ainda, os maiores consumidores de álcool no padrão binge em nosso estudo foram as pessoas de cor/raça negra, dados que corroboram aos resultados de outros estudos (DESALU;GOODHINES;PARK, 2019;RODRIGUES et al, 2021;ZEMORE;LUI;MULI, 2020). No Brasil, apenas 8,8% dos brasileiros se autodeclaram de raça negra em 2020, e 9,1% em 2021 (IBGE, 2022).…”