A multimorbidade pode ser considerada como presença de duas ou mais doenças crônicas. O fato é que várias comorbidades em um mesmo indivíduo repercutem em sua funcionalidade, qualidade e expectativa de vida, sendo o manejo adequado um desafio para os profissionais de saúde. O objetivo deste estudo foi observar a prevalência de multimorbidades em idosos octagenários cardiopatas e analisar variáveis relacionadas. Realizou-se um estudo retrospectivo, descritivo e observacional, a partir da coleta de dados em prontuários de paciente com 80 anos ou mais acompanhados em ambulatório de cardiogeriatria, durante o período de 2019/2020. Nos resultados, as comorbidades mais frequentes foram: hipertensão arterial sistêmica (HAS) em 91.9% e fibrilação atrial (FA) em 75.8%. Além disso, houve relação estatística significativa, quando realizado o teste qui quadrado, entre o histórico de diabetes com presença de polifarmácia qui quadrado: p= 0.034; fisher: p= 0.042) e DAC (qui quadrado: p = 0.018; fisher: 0.042). Nesse estudo, pacientes diabéticos apresentaram uma maior prevalência de polifarmácia e doença arterial coronariana. Sendo assim, existe a necessidade de ampliação de ações preventivas, além do melhor manejo de doenças crônicas e da otimização de medicamentos, incluindo a desprescrição de medicações que não são necessárias, sempre que possível.