Imigração haitiana e política de acolhimento institucional na cidade de São Paulo

Abstract

Meu ingresso no Mestrado em Sociologia na Unicamp e sua realização para a obtenção do título de Mestre em Sociologia foram um desafio diante do qual tive apoio consistente de várias pessoas e instituições. Expresso aqui a minha profunda gratidão a todas elas, quer tenham contribuído direta quer indiretamente neste processo.Aos meus pais Mafou Diémé e Awa Diédhiou pela paciência e compreensão e pela torcida incondicional desde o outro lado do Atlântico há mais de uma década.À minha prima Bintou Diémé pela confiança e pelo imenso coração que carrega.Aos muito caros Nando Sané, Nouha Diémé, Dienaba Badji, Mariétou Diémé, Ousmane Sané, Tonton Saloum Diédhiou pelo que fizeram por mim e por sempre se preocuparem com minha formação e pela torcida, embora fisicamente muito distantes de mim.Ao escritor Marcelo Aratum, um amigo de longa data, um irmão, que sempre me encorajou a seguir nos estudos e acolhe na sua casa quando preciso.Aos professores Ivair Augusto Alves dos Santos e Joaze Bernardino Costa pelo apoio recebido na fase preparatória do mestrado em 2013, por meio do curso Pós-Afirmativa do qual participei naquele ano.À Sua Excelência Abdoul Aziz Ndiaye (in memoriam), Embaixador do Senegal no Brasil em 2013, pela atenção e colaboração ao sucesso do meu sonho de ser aprovado no mestrado no segundo semestre daquele ano.

Trajetórias sociais dos trabalhadores imigrantes haitianos no mercado de trabalho em São Paulo

“…Durante a segunda metade de século XVIII, a imigração forçada de africanos negros, escravizados em Saint-domingue, teve seu momento de maior intensidade (DIEME, 2016). Seguy (2014, p. 135) referindo-se às -estimativas de Moreau de Saint-Méry, em 1790, dois terços da população de São Domingos teriam nascido na África‖.…”

“…Eles entraram em guerra por quase 30 anos nesta ilha, ao norte do Haiti (JAMES, 2003;ETIENNE, 2003 Desta maneira a Espanha ficará com a parte leste que hoje é a República Dominicana e cederá a parte ocidental da ilha à França que atualmente é o Haiti (BAPTISTE, 2015;COTINGUIBA, 2014;SEGUY, 2014). Isto significa que Haiti foi colonizado duas vezes por nações europeias antes de conquistar sua independência política (DIEME, 2016). Portanto, Seguy (2014), menciona que -desde essa época, Saint-domingue (Haiti) não era uma pátria, mas apenas uma terra de trânsito a onde se esperava permanecer somente o tempo suficiente para acumular uma fortuna rápida‖ (op.…”

“…O governo de Jean Pierre Boyer durou 25 anos sobre toda a ilha toda. Foi sob este governo em que a França reconheceu a independência do Haiti em 1825 em troca do pagamento aos ex-colonos de uma indenização de 150 milhões de francs 35 (ETIENNE, 2003;BATISTE, 2015;JAMES, 2003;SEGUY, 2014;DIEME, 2016).…”

“…Neste sentido, os trabalhadores (escravizados) e os colonizadores portugueses podem ser considerados como principais imigrantes do país durante os três primeiros séculos seguidos ao descobrimento (SALADINI, 2011). O Brasil, nesse período histórico, tornou-se uma potência no comércio de escravos, foi -o grande campeão de tráfico negreiro‖ (DIEME, 2016). Dieme (2016) cintando Saores mencionou que 38,1% dos escravos transportados às Américas foram para o Brasil.…”

“…Não é possível estudar a migração haitiana para o Brasil sem se referir em algum momento ao mercado de trabalho. Todas as discussões feitas pelos autores (COTINGUIBA, 2014;FERNANDES, 2014;BAPTISTE, 2015;SEGUY, 2014;HANDERSON, 2015;DIEME, 2016), sobre a vinda dos haitianos para o Brasil colocam ênfase sobre o trabalho, que para eles é essencial para poder compreender esse fluxo de imigração. Partindo da perspectiva de que a produção das trajetórias sociais dos imigrantes é marcada pela centralidade do trabalho é que a pergunta da pesquisa foi elaborada.…”