O cambuí (Myrciaria sp.), fruto do cambuizeiro, é um Produto Florestal Não Madeireiro (PFNM) considerado um componente da biodiversidade no estado de Sergipe, acrescido de valor econômico. O presente estudo teve como objetivo analisar os conhecimentos e práticas associados ao extrativismo do cambuí, bem como a renda gerada com a venda dos frutos na comunidade Ribuleirinha, localizada na zona litorânea do município de Estância, sul do estado de Sergipe. A pesquisa ocorreu entre novembro de 2017 e janeiro de 2018, por meio de entrevistas semiestruturadas, em que foram utilizadas ferramentas do Diagnóstico Rural Participativo, e os participantes foram selecionados por meio da técnica “Bola de Neve”. Constatou-se que o extrativismo da espécie é realizado predominantemente por mulheres, porém familiares contribuem nos picos de produção. Além do consumo doméstico, outras formas de aproveitamento, dentro e fora da comunidade, estão surgindo e agregando valor ao produto. Concluiu-se que o sistema extrativista é realizado por meio de práticas e uso de tecnologias simples, baseadas no conhecimento local. A venda dos frutos aparenta estar atrelada a uma demanda que tem aumentado nos últimos anos, contudo é considerada como um complemento para a renda familiar.