O artigo pretende estabelecer uma relação entre a mobilidade humana, sobretudo o fenómeno da migração, e a religião, partindo do atual contexto de pandemia. Para tal, serve-se do conceito de imunidade, colocando-o em relação com o conceito de comunidade. Metodologicamente, o horizonte é o do discurso filosófico, na busca de uma compreensão teórica dos modelos de relação humana, com incidência na relação entre grupos e na questão da identidade cultural e religiosa. No sentido de superar um modelo baseado em estratégias de imunização, que tende a contrapor de forma violenta culturas e religiões – sobretudo em contexto migratório – sugere-se um modelo baseado na hospitalidade universal, tendo como base a categoria de responsabilidade pelo outro.