Hospital Amigo da Criança: prevalência de aleitamento materno exclusivo aos seis meses e fatores intervenientes

Abstract

RESUMOO objetivo da pesquisa foi identificar o padrão de aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida de crianças nascidas em um Hospital Amigo da Criança e os fatores que contribuíram para o desmame precoce. Estudo de coorte prospectivo com 261 mães e crianças. Os dados foram avaliados utilizando-se a análise de sobrevivência através da construção da curva de Kaplan--Meier e teste de Log-Rank para a análise univariada. Foi realizada análise multivariada utilizando-se o modelo de Regressão de Cox com riscos proporcionais. Ao longo dos seis meses, o aleitamento materno exclusivo praticado com 30, 90, 120, 150 e 180 dias foi 75%, 52%, 33%, 19% e 5,7%, respectivamente. Na análise multivariada, as variáveis que mostraram risco para o desmame precoce foram a intercorrência mamária hospitalar e, na consulta de retorno, a posição inadequada e a associação das duas anteriores. A Iniciativa Hospital Amigo da Criança favoreceu o aleitamento materno exclusivo. DESCRITORES Aleitamento materno Promoção da saúde Política de Saúde Avaliação de Programas e Projetos de Saúde Enfermagem materno-infantil ABSTRACTThe objective of this research was to identify the pattern of exclusive breastfeeding (EBF) in the first 6 months of infants born in a Baby-Friendly Hospital and the factors that contribute to early weaning. This was a prospective cohort study with 261 mothers and children. The data were analyzed via the construction of a Kaplan-Meier survival curve, and the log-rank test was used for the univariate analysis. A multivariate analysis was performed using the Cox proportional-hazards regression model. During the 6 months, the percentage of mothers who practiced EBF for 30, 90, 120, 150 and 180 days was 75%, 52%, 33%, 19% and 5.7%, respectively. In the multivariate analysis, the variables that conferred a risk for early weaning were the hospital and the occurrence of a follow-up visit due to mammary complication, improper positioning and the association of both of these factors. The Baby-Friendly Hospital Initiative favored EBF. DESCRIPTORS Breast feeding Health promotionHealth Policy Program evaluation Maternal-child nursing RESUMEN El objetivo de la investigación fue identificar el patrón de lactancia materna exclusiva en los primeros seis meses de vida de niños nacidos en un Hospital Amigo del Niño y los factores que contribuyeron para el destete precoz. Estudio de cohorte prospectivo realizado con 261 madres y niños. Fue utilizado el análisis de sobrevivencia a través de la construcción de la curva de Kaplan-Meier y el test de Log-Rank para el análisis univariado. Para el análisis multivariado se usó el modelo de Regresión de Cox con riesgos proporcionales. Durante seis meses, la lactancia materna exclusiva practicada con 30, 90, 120, 150 y 180 días fue del 75%, 52%, 33%, 19% y 5,7%, respectivamente. En el análisis multivariado, las variables que mostraron riesgo para el destete precoz fueron por algún tipo de problema mamario en el hospital y, en la consulta de retorno, la posición inadecuada y la asocia...

Orientação Profissional E Aleitamento Materno Exclusivo: Um Estudo De Coorte

“…Na pesquisa realizada em uma maternidade da cidade de São Paulo, identificouse o não cumprimento do passo 5 da IHAC (atingir 80%) relacionado à manutenção do aleitamento materno, pois apenas alguns itens foram atendidos quanto à orientação profissional e ajuda para amamentar pela equipe de enfermagem. Os autores relatam a falta de orientações sobre produção do leite materno, extração e armazenamento, possivelmente devido ao tempo de internação reduzido (16) .…”

Prevalência de intercorrências relacionadas à amamentação em puérperas

“…Esse fato é relevante, pois indica adesão da instituição ao 4º passo da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), que preconiza contato pele a pele e AM na sala de parto, ou seja, o bebê ser colocado em contato pele a pele durante seu período de alerta ou período sensível. 4,7 Em estudo recente, 43,5% dos RNs foram amamentados nos primeiros 30 minutos após o parto. 20 Das 29 puérperas que apresentaram intercorrências mamárias, 26 RNs foram colocados para mamar na primeira hora de vida.…”

“…É necessário ressaltar que as orientações e o apoio que previnem intercorrências mamárias devem ser fornecidos no decorrer do pré-natal e, principalmente, durante a internação e no puerpério. 7 Os traumas mamilares têm impacto relevante no desmame precoce e são consequência de posicionamento e pega inadequados, causando dor ao amamentar. Uma boa pega, caracterizada por abertura ampla da boca do bebê, que abocanha grande parte da aréola, e não apenas o mamilo, constitui um lacre perfeito entre a boca e a mama, garantindo a formação do vácuo, imprescindível para que o mamilo e a aréola se mantenham dentro da boca do bebê.…”

Prevalência e fatores associados ao aleitamento materno exclusivo no primeiro mês de vida em Cruzeiro do Sul, Acre

“…Todavia, evidências para proporções superiores a 50% das crianças em AME nas primeiras horas de vida foram encontradas na Itália (57%), em estudo que analisou dados de dois inquéritos de base populacional (Lauria et al, 2016), na Espanha (67%), em estudo retrospectivo de mulheres e bebês que participaram da consulta pós-parto (Giménez López et al, 2015), e em Gana, Índia e Tanzânia (65%), em análise prospectiva de dados agrupados de ensaios clínicos com suplementação de vitamina A neonatal (NEOVITA Study Group, 2016). O Brasil, por sua vez, apresentou a porcentagem mais alta de AME na alta hospitalar (99%) em estudo realizado em hospital amigo da criança em São Paulo (Figueredo et al, 2013).…”

“…No município de Pelotas, estudo de coorte de base populacional já em 2004 apresentou prevalência de AME no primeiro mês de vida de 77% (Albernaz et al, 2008). Na Bahia, estudo de coorte com amostra populacional probabilística, realizado no período de 2004de /05, reportou 89,6% (Vieira et al, 2014 e em São Paulo observou-se prevalência de 75% de acordo com estudo de coorte realizado em 2007/08, porém com amostra hospitalar conveniada (Figueredo et al, 2013). Em que pesem diferenças metodológicas dos estudos, é de se esperar que num país de grandes dimensões como o Brasil haja diferenças regionais nas práticas alimentares infantis.…”