Resumo O artigo perscruta sob a perspectiva da história local de que forma a memória do sofrimento que cercou a epidemia de gripe espanhola de 1918 em Botucatu (interior paulista) foi reconvocada, tensionada e transmutada ao longo do processo histórico, produzindo representações em estratégias e práticas, e apreensões como constituintes de uma realidade social que produz sentidos. Para essa operação historiográfica, coligiram-se vestígios históricos em diversos arquivos botucatuenses, entre setembro e outubro de 2021, buscando desvelar processos históricos aglutinados e depositados entre as fibras e fímbrias sociais e que, sob afecção da temporalidade, se movimentam, se reelaboram e trazem à tona a inefável marca da gripe espanhola.