“…Santos e Marin (2017) argumentam que o problema é maior do que este, pois, segundo críticos tradicionais da obra smithiana, parece haver dois "Adams Smith's", o que escreveu a "Teoria dos Sentimentos Morais" (1759) e o que escreveu "A Riqueza das Nações" (1776), que o retratam como um autor pouco original e fraco de opiniões que muda de convicção de uma obra para o outra (SANTOS; MARIN, 2017); porém, contrário à visão tradicional, Santos e Marin (2017) defendem que Smith tinha uma base moral sólida e que a sua obra máxima fazia parte do escopo maior da sua visão moral de mundo, e que a benevolência, na obra smithiana, não seria suficiente para a dedicação ao trabalho, mas o self-love traduzido retoricamente como "egoísmo" poderia ser benéfico ao meio social dentro dos limites da normalidade do coletivo (SANTOS, MARIN, 2017). Torres (1998) diz que o self-love smithiano não é sentido individualista do homo economicus fechado em si próprio, é, antes, o amor-próprio e a "autoestima" que precisa do consentimento societal para vir à plenitude de manifestação social (TORRES, 1998;SILVA 2015).…”