Os estudos da memória despertam o interesse das mais variadas ciências, sendo que no campo da comunicação as investigações se voltam ao uso estratégico da memória de empresa na construção e manutenção da identidade corporativa, e também os seus reflexos na imagem e reputação organizacional. O discurso memorialístico, porém, é impregnado de silêncios e esquecimentos que, conscientes ou não, também dão pistas sobre as organizações e têm valor de mensagem na comunicação. Este ensaio, portanto, tem como objetivo transcender a observação das práticas de comunicação da memória institucional1, pautadas em sua grande maioria apenas em lembranças, e explora as nuances do esquecimento, dos silêncios que envolvem a seleção do que recuperar ou preservar. Nesse sentido, apontamos para novas direções de pesquisa envolvendo a temática, num esforço constante de avançar nas perspectivas de uso da memória pelas empresas. 1No decorrer da nossa pesquisa e conforme a bibliografia consultada, encontramos a utilização dos termos memória institucional, memória organizacional, memória empresarial e memória corporativa. Embora existam diferenças conceituais apontadas por alguns pesquisadores, neste texto empregamos as denominações como sinônimos, respeitando a escrita do autor de referência e a fluidez da escrita.