Doenças cardiovasculares representam a principal causa de mortalidade no mundo. A síndrome coronariana aguda (SCA) tem como principal sintoma a dor torácica. A assistência prestada a pacientes com dor torácica deve ser monitorada, pois impacta sobremaneira o prognóstico clínico e o custo em saúde. Este estudo teve como objetivo avaliar aspectos clínicos e assistenciais de pacientes atendidos com queixa de dor torácica aguda na emergência. Estudo de coorte retrospectivo que avaliou pacientes admitidos com queixa de dor torácica em um hospital de referência cardiovascular. Todos os pacientes atendidos no pronto-socorro entre julho e dezembro de 2019 foram avaliados, e foram incluídos no estudo quando o sintoma de dor torácica era relatado. Foi analisada a taxa de diagnóstico clínico de SCA e foram comparadas as variáveis clínicas e assistenciais entre os grupos SCA e não-SCA. Foram incluídos 232 pacientes, sendo 71 (30,6%) diagnosticados com SCA, com média de idade de 64 ± 12 anos, predominando o sexo masculino (63,4%). No grupo em que o diagnóstico de SCA foi descartado, foram incluídos 161 pacientes (69,4%), com média de idade de 52 ± 18 anos e maior frequência do sexo feminino (60,9%). No grupo SCA observou-se em 60,0% dos pacientes a presença de pelo menos dois fatores de risco cardiovascular. Os fatores de risco mais relatados foram a hipertensão arterial (66,2%) e o diabetes mellitus (29,6%). O tempo porta-eletrocardiograma do total de atendimentos teve mediana de 28 minutos (16 no grupo SCA versus 31 no grupo não-SCA; p=0,01). O diagnóstico de SCA foi confirmado em aproximadamente um terço dos pacientes com dor torácica. Este grupo apresentou idade mais avançada, maior frequência de indivíduos do sexo masculino e maior prevalência de fatores de risco cardiovascular. O tempo porta-eletrocardiograma foi menor no grupo SCA do que no grupo não-SCA.