ResumoExaminou-se indicadores psicométricos do Questionário de Regulação Emocional (QRE) e suas relações com medidas de experiência afetiva, satisfação com a vida e depressão em idosos. Cento e cinquenta e três idosos (M= 66,8 anos; DP=±5,20, 71,2% feminino) Teorias life-span em psicologia têm apontado a saliên-cia das emoções como recurso adaptativo às mudanças do envelhecimento. Teorias motivacionais-emocionais propõem ganhos relacionados ao aumento da idade em metas e estratégias emocionais que visam otimizar o bemestar (Carstensen, Isaacowitz, & Charles, 1999;Kennedy, Mather, & Carstensen, 2004). Anteriormente descrito como um fenômeno paradoxal ("paradoxo do bem-estar na velhice"; Lawton, Kleban, Rajagopal, & Dean 1992), os altos níveis de bem-estar relatados por idosos, mesmo no contexto de perdas e declínios normativos, atualmente tem sido interpretados à luz da interseção entre emoções e cognição nos processos adaptativos de seleção, otimização e compensação de déficits.O estudo de Lawton e colaboradores (1992) foi um dos primeiros a revelar que idosos diferiam dos mais jovens quanto às habilidades de influenciar a ocorrência e o conteúdo das emoções. Após esses primeiros estudos, uma série de outros evidenciam que idosos são mais propensos a relatar maior controle emocional, principalmente regular a experiência interna de estados negativos como a raiva e da expressão externa de felicidade e tristeza (Blanchard-Fields, Stein, & T. L. Watson, 2004;Gross et al., 1997).Scheibe e Carstensen (2010), em artigo de revisão, apontaram evidências da interseção entre emoções e cognição por meio do chamado "efeito de positividade" (na atenção, memória e tomada de decisões) baseando-se