ARTIGO DE OPINIÃO | OPINION ARTICLEÉ indiscutível que, dado o volume de água no nosso planeta, esse poderia ser chamado de Planeta Água. No entanto, não podemos fechar os olhos para os quase 30% de superfície terrestre que dá nome ao planeta, que abriga os mais de 7,5 bilhões de seres humanos e uma importante parcela de nossa biodiversidade. É sobre nosso chão, sobre nosso solo, que estão edificadas nossas construções, rodovias, ferrovias; é nele que se cultiva ou se cria a maior parte dos alimentos para nosso consumo; e onde passamos a maior parte das nossas vidas.O compartimento solo está sujeito a diferentes processos que podem reduzir sua qualidade, tais como erosão, desertificação, inundação, presença de patógenos e parasitas e a contaminação por substâncias químicas. Todos esses processos parecem ter estreita relação com atividades antropogênicas; mas, por outro lado, também são capazes de afetar negativamente a qualidade de vida do ser humano. Dentre esses, destaca-se a contaminação química do solo, não porque é o mais agressivo ou o que causa maiores prejuízos ao solo, mas porque é o mais silencioso e invisível. Certamente uma mãe impediria seu filho de brincar na areia para "não pegar" vermes, germes, bactérias, bicho de pé; jamais para evitar plumbemia, selenose ou intoxicação por qualquer outro elemento químico, que pode estar presente em altas concentrações no solo.Embora o solo seja fonte e/ou depósito de muitos contaminantes químicos, o número de estudos que investigam a amplitude da contaminação dos solos e dos seus efeitos ecológicos e na saúde humana ainda é bem inferior ao daqueles sobre a contaminação do ambiente aquático, por exemplo. Qualquer um pode chegar à mesma conclusão realizando uma busca simples em alguma base de dados de artigos científicos utilizando os termos indexadores correspondentes ao assunto.