Hanseníase Na Infância: Uma Série De Casos / Leprosy in Childhood: A Case Series

Abstract

Objetivo: O presente estudo visa a relatar o caso de 10 crianças com diagnóstico de hanseníase em um serviço no norte do Brasil. Métodos: Este é um estudo do tipo série de casos, em acordo com as guidelines CARE. Foram incluídos 10 pacientes pediátricos (com idade abaixo ou igual a 15 anos), com o diagnóstico clínico e/ou histopatológico de hanseníase entre janeiro de 2016 a abril de 2020, no ambulatório de hanseníase em um Serviço de Dermatologia do norte do Pará. O diagnóstico foi feito baseado no quadro clínico, pesquisa de BAAR na linfa em 5 sítios e a avaliação clínica foi baseada na classificação de Madri. Relato dos casos: Em relação aos aspectos demográficos, foram relatados os casos de 10 crianças, sendo 7 do sexo masculino e 3 do sexo feminino. A idade variou entre 09 e 15 anos, com média de 11,7 anos.Dentre as formas clínicas encontradas, três pacientes possuíam a forma indeterminada, dois a forma tuberculóide, quatro pacientes com a forma dimorfa e um paciente com a apresentação virchowiana. No que diz respeito às reações hansênicas, cinco pacientes apresentaram a reação hansênica do tipo 1, que foi mais prevalente, e um paciente apresentou dois episódios de eritema nodoso hansênico, configurando a reação do tipo 2. Conclusão: Diante do exposto, o presente trabalho pode demonstrar a diversidade de apresentações da infecção pelo Mycobacterium leprae na população pediátrica, bem como as distintas peculiaridades dessa condição, chamando atenção para o dano neurológico que pode ocorrer nesta faixa etária.

Hanseníase em Crianças e Adolescentes no Brasil: Uma Revisão da Literatura

“…O quadro 1 sintetiza os principais aspectos dos artigos selecionados. lobos da orelha, o cotovelo direito e a lesão cutânea suspeita (Mota et al, 2021).…”

“…Em 2019 foram notificados globalmente 202.185 novos casos, com o Brasil contribuindo com 27.863 registros, ficando atrás apenas da Índia no ranking mundial de incidência. Entre a população pediátrica, considerada um indicador importante do M. leprae na comunidade, foram registrados 14.981 novos casos em 2019(Mota et al, 2021).…”

“…Este bacilo é classificado como um parasita intracelular obrigatório, tendo a capacidade de se instalar nos macrófagos e nas células de Schwann que envolvem os axônios dos nervos periféricos, demonstrando um tropismo pela epiderme e pelo sistema nervoso periférico(Melo et al, 2015).Devido a preferência pelo tecido cutâneo e pelo sistema nervoso periférico, quando M. leprae infecta um indivíduo, sua natureza como parasita intracelular obrigatório de crescimento lento leva à infecção de macrófagos e células de Schwann, desencadeando o quadro clínico característico da doença. A forma clínica da hanseníase está diretamente ligada à interação do microrganismo com o sistema imunológico do hospedeiro, resultando em variações significativas entre os pólos paucibacilar e multibacilar(Mota et al, 2021).seus territórios, especialmente nos membros superiores e inferiores. Além disso, destaca-se a importância da pesquisa por M. leprae na linfa de pacientes multibacilares, uma prática comum no Brasil, que envolve examinar cinco áreas específicas: ambos os Firmino et.…”

O papel da atenção primária na rede de atenção à saúde frente ao manejo da hanseníase: um estudo transversal

“…Para Mota 22 , ações que favoreçam o diagnóstico precoce, e o aumento da taxa de detecção, são fundamentais para a quebra da cadeia de transmissão. Nesse contexto, ações desenvolvidas para essa faixa etária são fundamentais para a identificação de novos casos e, principalmente, para o processo de sensibilização com relação à doença.…”

Epidemiological profile of leprosy in a municipality of northeastern Brazil in the face of the challenges of those affected

“…(6) No que diz respeito às características epidemiológicas na população pediátrica, em um estudo de série de casos, foi constatado que o principal grupo acometido eram crianças do sexo masculino, entre 10 e 14 anos. (17) Corroborando com o presente estudo. Essa média de idade pode se relacionar à resposta imunopatológica das crianças, a fatores genéticos e ao longo período de incubação da doença.…”