UETI, M. Influência de diferentes métodos de desinfecção química nas propriedades físicas de troquéis de gesso tipo IV e V. Pesqui Odontol Bras, v. 15, n. 4, p. 334-340, out./dez. 2001. Muitos instrumentos e materiais utilizados com freqüência em Prótese Dentária -modelos de gesso, moldes dentais, registros interoclusais, entre outros -são classificados na literatura odontológica como meios de transmissão de doenças infecciosas a quem os manuseia. O presente trabalho visa ao estudo comparativo da alteração dimensional, textura superficial e resistência à compressão de troquéis de gesso, submetidos à desinfecção química por imersão durante 30 min em solução de hipoclorito de sódio a 1% ou glutaraldeído alcalino a 2,2% (com ou sem lavagem prévia em ultra-som) e pela adição de glutaraldeído alcalino a 2,2% ou hipoclorito de sódio a 5% à manipulação dos gessos IV e V, na confecção de troquéis. Pode-se concluir que a desinfecção química: (1) não provocou alteração dimensional significante nos troquéis de gesso; (2) determinou alterações na textura superficial dos troquéis conforme o método de desinfecção utilizado e (3) tanto a imersão por 30 min como a adição de solução desinfetante à mistura do gesso determinaram redução na resistência à compressão dos troquéis. UNITERMOS: Controle de infecções; Desinfecção; Prótese dentária.
INTRODUÇÃOA identificação de agentes infeciosos -como o vírus da hepatite B (HBV), o bacilo da tuberculose, o vírus do herpes simples (HSV) e microorganismos da microbiota bucal -sobre a superfície dos moldes e a transferência destes aos modelos de gesso 9,16,22 exigem que métodos eficazes de assepsia sejam adotados para o controle efetivo das infecções cruzadas, pois a lavagem rápida em água corrente, comprovadamente, não garante a remoção total dos microorganismos presentes na superfície dos mesmos 3,18 . Preocupados em eliminar o risco de infecção cruzada durante o tratamento protético de pacientes com tuberculose, PLEASURE et al. 20 (1959) foram os primeiros pesquisadores identificados em nossa revisão a estudar os efeitos dos agentes biocidas nos materiais de moldagem (pasta de óxido de zinco e eugenol, polissulfeto, godiva), gesso-pedra etc.Em 1978, ROWE; FORREST 22 declararam-se surpresos com a falta de orientação na literatura odontológica com respeito à contaminação e ao tratamento de moldes dentais e alertaram que, em algumas situações, estes poderiam estar transmitindo doenças graves, atingindo inclusive técnicos de laboratório de prótese. A partir da década de 80, com o surgimento da AIDS e maior preocupação com o controle das infecções cruzadas em Odontologia, alguns autores 6,11,26,29,30 salientaram a importância de incorporar agentes antimicrobianos à composição química dos materiais de moldagem, especialmente os alginatos, devido aos inconvenientes de sua desinfecção, de tal modo que esses aditivos não fossem tóxicos ou irritantes aos tecidos bucais nem tivessem alguma influência negativa nas propriedades físicas do material em questão. Também sensibilizados com a necessida...