A composição dos resíduos estudados, por si só, antecipa que muitas alterações internas ocorrerão dentro dos maciços após o encerramento da vida útil do aterro sanitário estudado. Tendo em vista isso, neste estudo foram realizados ensaios de composição gravimétrica, massa específica aparente solta e teores de umidade e sólidos voláteis dos RSU recebidos em duas áreas (Área 1 e 2) do Aterro Sanitário de Caucaia, Ceará, Brasil. Paralelamente, foram determinados os coeficientes de permeabilidade dos solos de cobertura, e determinada sua compactação e composição granulométrica. A pesquisa mostrou que entre 2012 e 2021, o aterro recebeu mais de 20.5 milhões de toneladas de RSU, sendo sua composição majoritariamente de material facilmente degradável, e a massa específica aparente solta desse material variou entre 123.75 e 295.42 Kg/m3. Na Área 1, a umidade dos resíduos aterrados variou de 20.97% a 34.54% e o sólidos voláteis entre 9.12% e 31.49%. Na Área 2, esses valores foram: umidade (24.25% a 63.13%) e sólidos voláteis (24.36% a 95.44%). Os resultados indicam que a matéria orgânica dos resíduos aterrados numa área encerrada (Área 1) está praticamente estabilizada, ao passo que os resíduos aterrados na nova área em operação (Área 2) apresentaram valores superiores, mostrando o potencial de degradação e geração de biogás. A permeabilidade dos solos de cobertura da Área 1 do aterro (3.6x10-4 a 1.0x10-3 cm/s) foram maiores do que a Área 2 (1.9x10-6 a 3.1x10-5 cm/s), mostrando que com o tempo, e sob as intempéries, essas camadas vão perdendo sua eficiência. Ademais, a pluviosidade da região exerceu influência positiva sobre os teores de umidade dos resíduos aterrados.