A crescente participação feminina no mercado de trabalho levanta questões relacionadas com a gestão dos tempos entre responsabilidades pro ssionais e familiares, com particular relevância quando as mulheres se tornam mães. OBJETIVO: Este estudo procurou compreender as experiências das mães que regressam ao trabalho após o término da licença parental. METODOLOGIA: Grounded eory, com a participação de cinco pais e cinco mães (casais). Recolha de dados a partir de entrevistas semiestruturadas, antes e após o reinício da atividade laboral materna (total de 30 entrevistas). Recolha, codi cação e análise dos dados realizadas de modo simultâneo e recursivo, num processo evolutivo constante. RESULTADOS: Explicitam a difícil e desa adora coexistência de papéis desempenhados pela mulher trabalhadora quando se torna mãe. Descrevem a categoria sofrendo com o regresso ao trabalho, que re ete a experiência da mãe ao se ver sujeita a afastar-se do lho para retomar a atividade laboral, nda a licença parental. Integram as subcategorias: angustiando-se com o regresso ao trabalho que se avizinha, percebendo a esposa perturbada com o regresso ao trabalho, tendo necessidade de confortar a esposa em sofrimento, vivendo con itos no papel parental, deparando-se com di culdades para continuar amamentando e sofrendo menos por ter condições laborais facilitadas. CONCLUSÕES: O timing do regresso ao trabalho é especialmente crítico na transição para a parentalidade, causando sofrimento nas mães e perturbando toda a dinâmica familiar. Constitui-se, por isso, um desa o para a resiliência das mulheres e suas famílias, e deve ser objeto de intervenção de enfermagem.