Glauber e o cinema escrito de Eduardo Coutinho

Abstract

Resumo O que a sensibilidade, meio brincalhona, meio algoz - o olho ciclope do Glauber-profeta - traz para o filme Câncer (1968) quando nos apresenta o personagem-personalidade ‘Eduardo Coutinho’, definindo-o como ‘homem do caderninho’? Glauber e Coutinho coincidem na desconfiança da escrita e da teoria. Querem abarcar a expressão numa identidade-de-si, plenitude da sensação e da intuição, gesto e voz, reino da substância fonocêntrica. Nosso ponto é atentar, em Eduardo Coutinho, para a instância articuladora/ordenadora que se acopla no modo livre de expressão da linguagem falada. Assim, ela faz diferença e desconstrói, de fora e no modo diferido, a coincidência do outro ‘popular’ na comunhão da ‘voz-face’. É essa instância que desafia a congregação na alteridade, introduzindo uma decalagem de raiz que modula a encenação coutiniana. Promove uma valoração diferida, impedindo a cristalização da empatia como fundo transparente da comunicação.

Emmanuelles tropicais: apropriações brasileiras, conservadorismo e transgressão

“…No decorrer do filme, diálogos afetados discutem o amor, a influência da televisão, o ciúme, o desejo, a realização pessoal e a independência financeira das mulheres, enquanto a câmera se move para corpos nus em camas, saunas e piscinas. Assim, sem fugir das características de exploração mundial e de seu filme modelo, o longa de Marreco tornou-se um dos primeiros a enaltecer abertamente a liberdade amorosa feminina no Brasil pós-Lei do Divórcio, e para isso adaptou uma personagem que ganhara notoriedade internacional -evidentemente que tudo isso dentro de padrões limitados pelo desejo e pelo imaginário masculino (RAMOS, 2004).…”

CANNON, O ESPIÃO QUE NÃO AMAVA: espionagem e o imaginário masculino da guerra fria (1970-1973)

“…Do ponto de vista histórico, têm uma longa tradição na mídia impressa, sendo principalmente veiculadas em jornais e revistas. Com o tempo, o formato foi se adaptando a outros meios, como a internet, mas ainda é amplamente utilizado em publicações impressas (RAMOS, 2017). Outros Tempos, vol.…”

Vida e tempo em proliferação:

“…xi "Talvez seja somente debaixo da chuva, debaixo do contínuo derramar do que não nos pertence nem podemos controlar, que teremos alguma chance de aprender novos comportamentos" (Nuno Ramos, 2008) E alguém falou que era assim?…”