O presente artigo tem por alvo discutir a questão da veste a partir da teoria de Giorgio Agamben. É exposta, em um primeiro momento, a concepção de potência, trazida pelo filósofo italiano dos ensinamentos aristotélicos, apresentando-se, em seguida, a constatação agambeniana sobre a cesura entre ser e práxis. As noções de dispositivo e de oikonomia são trazidas na sequência, a fim de pavimentar o terreno à análise do específico dispositivo veste-nudez, analisado em seguida. Expõem-se, então, algumas ideias críticas a esse respeito, finalizando-se o trabalho com o aporte da categoria da profanação. Resta como pano de fundo a análise da fratura entre a vida e forma, entre ser e sua obra, e a necessidade da preservação da característica por excelência da humanidade: a potência-de-não.