Ginástica para Todos e corpos experientes: um diálogo entre a ginástica e outras práticas corporais

Abstract

INTRODUÇÃO: A Ginástica para Todos (GPT) vem consolidando experiências nos mais diferentes contextos socioeducativos e abarcando diferentes públicos. No Brasil, país onde essa prática gímnica é fortemente associada à Extensão Universitária, observamos nos últimos anos seu desenvolvimento junto ao público idoso. OBJETIVO: Analisar a experiência de integrantes do projeto de GPT intitulado “Ginástica para Corpos Experientes”, vinculado ao Programa UniversIDADE (Unicamp), e as possíveis relações entre essa experiência com a GPT e as vivências das participantes em outras práticas corporais. MÉTODOS: De natureza qualitativa e caracterizada como estudo de caso, partimos da realização de entrevistas estruturadas com nove integrantes do referido projeto. A análise de dados foi subsidiada pela Análise de Conteúdo. RESULTADOS: Os resultados indicam que as experiências corporais das colaboradoras se concentram nas categorias “Ginástica de Condicionamento” e “Ginástica de Conscientização Corporal”, sendo, em sua maioria, realizadas de forma individual. Oito entre as nove participantes afirmaram notar diferenças significativas entre as experiências em outras práticas e aquelas com a GPT. As diferenças apontadas versam, principalmente, sobre a proposta pedagógica utilizada neste projeto e sobre os seus desdobramentos: a criação de vínculos sociais entre integrantes, as possibilidades de adaptação de movimentos e técnicas, o fomento de habilidades sociais por meio das dinâmicas coletivas e a ação das(os) professoras(es) como facilitadores para o aprendizado de movimentos e possibilidades do corpo. CONCLUSÃO: Concluímos que o projeto “Ginástica para Corpos Experientes” oportuniza a prática da GPT de modo a contribuir com as demandas e os interesses – sociais, físicos e psicológicos – característicos do processo de envelhecimento, oportunizando a prática da ginástica de forma flexível, motivada e potente para a constituição de relações sociais. TITLE: Gymnastics for All and experienced bodies: a dialogue between gymnastics and other physical activities ABSTRACT BACKGROUND: Gymnastics for All (GfA) has been consolidating experiences in the most different socio-educational contexts, increasingly reaching heterogeneous participants. In Brazil, a country where GfA is strongly associated with University Extension, we have observed in recent years its development with the elderly public. OBJECTIVE: This study aimed to analyse the experiences of participants of the GfA project entitled “Gymnastics for Experienced Bodies”, from the “Programa UniversIDADE” (Unicamp), and the possible relations with the participants’ previous experiences regarding other physical activities. METHODS: In this case study, structured interviews were made with nine participants of the project. The data analysis was carried out based on the Content Analysis methodology. RESULTS: The results indicate that the participants’ previous experiences are concentrated in two subcategories – “Fitness” and “Mind-Body Exercises” – being mostly done individually. Eight out of nine participants said they noticed significant differences between their previous experiences and their participation on the GfA project. The differences pointed out were, mainly, on the pedagogical proposal that guides this GfA project and on the consequences of this approach: the creation of social bonds with other participants, the possibilities of adapting movements and their techniques, the promotion of social skills through cooperative dynamics, and, finally, the coach’s role as a facilitator whilst learning new movements and skills. CONCLUSION: We conclude that GfA can contribute to the demands and interests – social, physical, and psychological – characteristic of the aging process, allowing the practice of gymnastics in a flexible, motivated, and powerful way, mainly regarding the constitution of social ties.

Eventos esportivos em tempos de pandemia da COVID-19: a ginástica em foco

“…A GPT, considerada uma prática essencialmente não--competitiva, também se revelou nos eventos remotos (de 6 eventos, todos no viés festivo). Como uma disciplina institucionalizada pela FIG (PATRÍCIO; BORTOLETO; TOLE-DO, 2020;SILVA et al, 2021), o que temos visto, é que os eventos -em sua maioria, festivos -são oportunos espaços para apresentação de trabalhos elaborados nos cernes de cada grupo, bem como um momento de interação social e aprendizado (CONTESSOTO et al, 2021;BORTOLETO et al, 2019;PATRÍCIO;.…”