2022
DOI: 10.53727/rbhc.v15i2.701
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Geodesia no Brasil na passagem do século XIX e XX

Abstract: Este texto é uma síntese de pesquisas realizadas na área de história da astronomia ao longo de mais de 15 anos. Tem como objetivo apresentar a geodesia, ciência pouco explorada no âmbito da história da ciência, na sua relação com a formação do território nacional, e se utiliza da trajetória profissional de Luiz Cruls como um guia de investigação.

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“…Convenciona-se, também, chamar a esse período do surgimento da Ciência Moderna (ROSA, 2012).coelestium), 1543, indo até a publicação da obra de Newton: "Princípios Matemáticos da Filosofia Natural" (Philosophiae Naturalis Principia Mathematica), em 1687.Nesses séculos, tivemos no Brasil apenas o queAzevedo (1994) chamou de"parêntese luminoso" (1637-1644), em que orla de novos horizontes se abriu com a chegada de Maurício de Nassau 27 , atraindo para o Recife/PE a primeira missão científica do país, introduzindo aqui novos espírito e métodos científicos.Portanto, durante o período colonial não tivemos universidades e nem institutos de ensino superior. A ausência de estrutura escolar pode ser justificada pelo fato do Brasil ser, nessa época, uma colônia de economia agrícola e escravista, cabendo à igreja as tarefas de "ensino", as quais não nos permitiam a liberdade do espírito e de indagação, elementos estes necessários para se fazer brotar revoluções de conhecimentos(MOTOYAMA, 1979).ParaVergara (2004), a criação de universidades nos séculos XVI e XVII não mudaria muito a atenção às ciências da natureza: [...] a criação de uma universidade neste período muito provavelmente seria feita pela Igreja, que privilegiaria disciplinas como teologia, direito, letras e artes, a partir da filosofia tomista, que se caracterizava pela tentativa de conciliar o aristotelismo com o cristianismo, dando pouca atenção às ciências da natureza [...] (p. 23).Esse panorama começou a mudar com as Reformas Pombalinas, provenientes das ações do Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo), primeiro ministro de Portugal (secretário de Estado do Reino) de 1750-1777, culminando na expulsão dos jesuítas e supressão do ensino jesuítico, literário, retórico e escolástico, por meio da publicação do Alvará Régio de 28 de junho de 1759.Esse alvará foi de extrema importância para a educação da colônia, pois estabelecia a estatização do ensino pelo estado e não mais pela igreja, desencadeando, no Brasil, um conjunto de ações que contribuíram para o enraizamento da cultura científica na elite colonial(MOTOYAMA, 1979;AZEVEDO, 1994).O documento tece vários argumentos sobre o ensino ter entrado em decadência pela instrução baseada nos métodos dos religiosos jesuítas, ocasionando certo atraso ao único sistema educacional existente no país. Desta forma, o alvará regulamentava os Estudos Menores, que hoje seriam equivalentes ao ensino fundamental e médio, a partir da reorganização do ensino com aulas régias28 de Gramática Latina, Grego e Retórica(PORTUGAL, 1759).As transformações, consubstanciadas por essas ações, desencadearam, em 1772, a fundação da Academia Científica do Rio de Janeiro, pelo marquês do Lavradio, visando desenvolver novas culturas na colônia, com o intuito de se dedicar à História Natural, Física, Química, Medicina, Farmácia e Agricultura (MOREIRA;MASSARANI, 2002).…”
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“…Convenciona-se, também, chamar a esse período do surgimento da Ciência Moderna (ROSA, 2012).coelestium), 1543, indo até a publicação da obra de Newton: "Princípios Matemáticos da Filosofia Natural" (Philosophiae Naturalis Principia Mathematica), em 1687.Nesses séculos, tivemos no Brasil apenas o queAzevedo (1994) chamou de"parêntese luminoso" (1637-1644), em que orla de novos horizontes se abriu com a chegada de Maurício de Nassau 27 , atraindo para o Recife/PE a primeira missão científica do país, introduzindo aqui novos espírito e métodos científicos.Portanto, durante o período colonial não tivemos universidades e nem institutos de ensino superior. A ausência de estrutura escolar pode ser justificada pelo fato do Brasil ser, nessa época, uma colônia de economia agrícola e escravista, cabendo à igreja as tarefas de "ensino", as quais não nos permitiam a liberdade do espírito e de indagação, elementos estes necessários para se fazer brotar revoluções de conhecimentos(MOTOYAMA, 1979).ParaVergara (2004), a criação de universidades nos séculos XVI e XVII não mudaria muito a atenção às ciências da natureza: [...] a criação de uma universidade neste período muito provavelmente seria feita pela Igreja, que privilegiaria disciplinas como teologia, direito, letras e artes, a partir da filosofia tomista, que se caracterizava pela tentativa de conciliar o aristotelismo com o cristianismo, dando pouca atenção às ciências da natureza [...] (p. 23).Esse panorama começou a mudar com as Reformas Pombalinas, provenientes das ações do Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo), primeiro ministro de Portugal (secretário de Estado do Reino) de 1750-1777, culminando na expulsão dos jesuítas e supressão do ensino jesuítico, literário, retórico e escolástico, por meio da publicação do Alvará Régio de 28 de junho de 1759.Esse alvará foi de extrema importância para a educação da colônia, pois estabelecia a estatização do ensino pelo estado e não mais pela igreja, desencadeando, no Brasil, um conjunto de ações que contribuíram para o enraizamento da cultura científica na elite colonial(MOTOYAMA, 1979;AZEVEDO, 1994).O documento tece vários argumentos sobre o ensino ter entrado em decadência pela instrução baseada nos métodos dos religiosos jesuítas, ocasionando certo atraso ao único sistema educacional existente no país. Desta forma, o alvará regulamentava os Estudos Menores, que hoje seriam equivalentes ao ensino fundamental e médio, a partir da reorganização do ensino com aulas régias28 de Gramática Latina, Grego e Retórica(PORTUGAL, 1759).As transformações, consubstanciadas por essas ações, desencadearam, em 1772, a fundação da Academia Científica do Rio de Janeiro, pelo marquês do Lavradio, visando desenvolver novas culturas na colônia, com o intuito de se dedicar à História Natural, Física, Química, Medicina, Farmácia e Agricultura (MOREIRA;MASSARANI, 2002).…”
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