Gênero e imagem: relações de gênero através das imagens dos livros didáticos de história

Abstract

A análise de vários livros didáticos de História nos mostra que, nos últimos anos, tornou-se mais frequente a presença de personagens e representações históricas de mulheres. De modo particular, os livros apresentam imagens e ilustrações de figuras femininas. Foi a partir desta constatação, ou seja, a marcante utilização da imagem nos livros didáticos publicados nos últimos anos, que foi construído o tema e o problema do presente artigo. Os ivros didáticos abriram maiores espaços para ilustrações mostrando figuras femininas; mas isso significaalguma mudança na maneira como as práicas e representações de gênero são reproduzidas na sociedade e no cotidiano escolar? Para realizar esse incursão, as imagens aqui analisadas são aquelas encontradas nos livros didáticos e que se referem à temática da família patriarcal durante o período de colonização do Brasi.Palavras-chave: livros didáticos de história; gênero; imagens

Masculinidades e feminilidades nas imagens do livro didático de Ciências da Natureza da Educação de Jovens e Adultos

“…Desse modo, é crescente o número de trabalhos que analisam os LDs a partir de uma perspectiva de gênero, trazendo para reflexão diferentes aspectos, tais como: a invisibilidade das mulheres (entre elas, as mulheres negras) (WASCHINEWSKI; RABELO, 2015); a essencialização de determinadas características masculinas e femininas, ao invés de considerá-las como construções culturais e relacionais (LOHN; MACHADO, 2004); ao silêncio e a omissão com relação à diversidade sexual e de gênero (LIONÇO; DINIZ, 2009); a naturalização da heterossexualidade (LIONÇO; DINIZ, 2009); a presença de discriminações contra as mulheres e com relação a orientação sexual e/ou afetiva não-heterossexual (LIONÇO; DINIZ, 2009), entre outras questões.…”

“…Dando prosseguimento, diversas produções acadêmicas têm analisado como as masculinidades e/ou as feminilidades são representadas nos livros didáticos (LDs) do ensino de Ciências da Natureza (BAPTISTA, 2020;MARQUES, 2021) e das Ciências Humanas e Sociais (LOHN; MACHADO, 2004;WASCHINEWSKI;RABELO, 2015), seja de modo direto ou indiretamente. Esses trabalhos alertam que os LDs re/produzem representações hegemônicas sobre as masculinidades e as feminilidades, contribuindo para retificar o padrão sexista, machista e cisheteronormativo que estabelece posições sociais diferenciadas para homens e mulheres na sociedade.…”