Gender and Politics: A Feminist Critique of the State

Abstract

The relation between politics and gender is contentious, which is further implied in the feminist critique of the state. This paper assumes that the nature of the state is gendered. With this ontological position of critical worldview, it aims to synthesize the gendered nature of politics. Methodologically, it is based on the secondary literature and thus the authors did not offer their empirical data to synthesize the major arguments so far. It has first discussed the feminist theoretical debates about the worldview of the state and then offered the empirical issues of power and citizenship. It argues that the state is constructed with contradictions in terms of uneven allocation of resources, gendered institutions, androcentric leadership, and male-biased policies. In this context, the paper analyzes the state as an androcentric construction that is political, coupled with uneven gender relations. The authors also agree that politics eventually makes up the state - the supreme of power and hegemony against the women. The paper finally observes a need for further research works to critique the regimes, hegemony, and institutions of the state at the macro-level and identity, self-dignity, and citizenship of women in the state at the micro-level.

Família Forte, Nação Soberana: Família E a Representação De Identidade Nacional Na Política Externa Do Governo Bolsonaro

“…As feministas, responsáveis por trazer o conceito e os desdobramentos de seus significados para as R.I., questionavam não apenas a invisibilidade da dimensão do gênero e da sexualidade nas relações internacionais, mas a percepção de que gênero, sobretudo pelo mainstream do campo, se estivesse presente, era algo de ordem secundária, de natureza analítica. Eram, portanto, dimensões que não convergiam na disciplina, já que o Estado, seu principal sujeito até então era calcado no ideal moderno ocidental e, por isso, interpretado como um espaço sem gênero (Vianna;Lowenkron, 2018;Sapkota;Dahal, 2022). Dessa maneira, a partir dos esforços dessas teóricas e ativistas, impulsionadas pela segunda onda do movimento feminista 5 , o gênero se tornou uma lente de análise no campo possibilitando a reinterpretação e consequente aprofundamento e complexificação das análises das relações e estruturas de poder transnacionais que moldam a vida dos indivíduos, antes entendidas como naturais, universais e uniformes (Hooper, 2001;Vianna;Lowenkron, 2018;Sapkota;Dahal, 2022).…”

“…Eram, portanto, dimensões que não convergiam na disciplina, já que o Estado, seu principal sujeito até então era calcado no ideal moderno ocidental e, por isso, interpretado como um espaço sem gênero (Vianna;Lowenkron, 2018;Sapkota;Dahal, 2022). Dessa maneira, a partir dos esforços dessas teóricas e ativistas, impulsionadas pela segunda onda do movimento feminista 5 , o gênero se tornou uma lente de análise no campo possibilitando a reinterpretação e consequente aprofundamento e complexificação das análises das relações e estruturas de poder transnacionais que moldam a vida dos indivíduos, antes entendidas como naturais, universais e uniformes (Hooper, 2001;Vianna;Lowenkron, 2018;Sapkota;Dahal, 2022).…”

“…de gênero no ambiente nacional e internacional (Peterson, 1992). Assim, ao estar inserido em um movimento de questionar e desnaturalizar noções, conceitos e práticas tradicionais do mainstream, o campo feminista, como prática e teoria, avança com a reivindicação de que estes foram concebidos e são performados a partir de uma visão de mundo masculinista, androcêntrica e normativa, buscando construir uma base teórica não convencional para entender onde e como estão as mulheres em nossa sociedade (Enloe, 2014(Enloe, [1989; Sapkota;Dahal, 2022, p.78-9).…”

“…Passaram a criticar também as leituras de que definem o privado como espaço da mulher e o público como o espaço do homem, argumentando que não apenas isso invisibiliza as mulheres na teorização política, como também perpetua sua subordinação e marginalização na vida social. Não somente a dicotomia público/privado, mas também noções e relações de poder, cidadania e identidade nacional passaram a ser tensionadas e desconstruídas, buscando demonstrar as diferentes maneiras que estas categorias, amplamente utilizadas pela teorias tradicionais, dependem do gênero e quais os desdobramentos dessas construções genderizadas no sistema masculinista, reforçando, nesse processo, a necessidade da construção de uma leitura genderizada do mundo social e do Estado-nação, expondo as limitações, relações de poder hierárquicas e violências de gênero sancionadas e invisibilizadas nas teorias tradicionais (Sapkota;Dahal, 2022). Peterson (1992, p.12) aponta que o campo feminista localiza o masculinismo nas raízes da epistemologia ocidental e na própria cultura ocidental e, portanto, todos os projetos interativos e característicos da modernidade compartilham lógicas e dinâmicas criticadas pelas teóricas feminista.…”

“…Essa abordagem ao Estado-nação, no entanto, pode eventualmente se tornar individualista e ignorar as bases de diferença social e cultural e até mesmo as múltiplas formas de opressão em um contexto colonial, já que pode focar em demasia no indivíduo e sua liberdade e construir um sujeito do feminismo apenas através do gênero (Sapkota;Dahal, 2022). Isso pode levar a leituras superficiais sobre a mulher, o feminino e o próprio feminismo, deixando de lado as diferentes sobreposições de opressões produzidas interseccionalmente, em nome de uma unidade da abordagem, pressupondo uma união de interesses entre mulheres, e de uma proposição mais simples e positiva dessa relação.…”