RESUMO -O presente trabalho avalia a fabricação de produtos cerâmicos destinados à construção civil através da adição, na argila, de cinza leve procedente da gaseificação do carvão mineral. As matérias-primas foram submetidas a testes de caracterização química por fluorescência de raios-X e preparadas em cinco diferentes formulações compostas: de argila in natura (A0), argila in natura mais adição de 5% (CG5), 10% (CG10), 20% (CG20) e 30% (CG30). O processo de fabricação dos corpos de prova ocorreu por prensagem e a secagem foi realizada de modo natural e artificial, ao final desse processo os corpos de prova foram sinterizados na temperatura de 800ºC. A análise de desempenho dos produtos ocorreu através da realização de testes físicos como: absorção de água, porosidade aparente e massa específica, conforme as normas da M-CIENTEC 0-22, 0-23 e 0-24 (1995). Os valores médios de absorção variaram entre 14,11% (A0) e 26,53% (CG30). Esses índices mostraram que 80% das formulações apresentaram absorção de água dentro das faixas de aceitação da NBR 15270-1 (2005). Ao final observou-se que através do ensaio de absorção de água que é possível fabricar tijolos maciços e blocos de vedação. A fabricação de telhas é possível apenas as formulações (A0), (CG5) e (CG10) conforme NBR 15310 (2009).
INTRODUÇÃODe acordo com o trabalho de Soares et al. (2016) a gaseificação é uma alternativa conveniente para a produção de energia a partir de resíduos sólidos. Os coprodutos oriundos da gaseificação podem ser aproveitados para diversos fins, desde síntese de produtos químicos até aditivos para cimentos (PELLEGRINO, 2006).A cinza volante (ou leve) é composta por sílica, óxidos metálicos e uma alta quantidade de carbono, este elevado índice está relacionado ao processo de gaseificação que foi realizado via leito fluidizado (DIAS, 2017). De acordo com Barbosa (2016) a gaseificação via leito fluidizado se caracteriza pela formação de um leito de biomassa em suspensão produzido pelo fluxo de ar forçado, sendo vantajoso pela distribuição uniforme da temperatura na região da gaseificação.A adição de resíduos em materiais cerâmicos é uma prática vantajosa, Guilhon et al. (2016) apontam que o maior desafio das indústrias é conciliar a viabilidade econômica da