Resumo. Propondo novas formas de sociabilidade, as redes solidárias de troca adotam, em geral, uma lógica não-capitalista de funcionamento, o que signifi ca a valorização de outros modos de produzir e reproduzir a vida. Como fenômeno social, estes circuitos de troca usualmente são atrelados à necessidade primeira de aquisição de bens básicos em contextos de precariedade econômica. Apesar desta tendência, estes mercados solidários, também chamados de feiras de troca, não param por aí: criam um círculo virtuoso de abundância e fazem-nos repensar, também, as práticas de consumo correntes. Atualmente, verifi camos, em Portugal, a emergên-cia e a expansão destas iniciativas, que se destacam pela sua capacidade de criar, mobilizar e fortalecer redes nas comunidades. Algumas delas adotam moedas sociais com o objetivo de facilitar a circulação dos bens e serviços trocados. Neste artigo, pretendemos fazer um levantamento exploratório das moedas sociais ativas em Portugal, discutindo seu papel e receptividade nas feiras de troca. Também buscamos saber em que medida é possível falar em emancipação social no âmbito destas experiências.Palavras-chave: mercados de trocas, moedas sociais, emancipação.Abstract. By proposing new forms of sociability, the solidarity exchange trading networks usually adopt a non-capitalist logic of functioning, which means other ways of producing and reproducing material life. This social phenomenon is usually linked to the need for purchasing basic goods in situations of economic vulnerability. Despite this trend, these exchange circuits, also named exchange fairs, not solely create a virtuous circle of abundance but also make us rethink the current consumption practices. Nowadays, we have observed the emergence and the relatively fast growth of solidarity exchange initiatives in Portugal which stand out due to their capacity for creating, mobilising and strengthening the networks in the community. Some of them have adopted social currencies in order to facilitate the circulation of goods and services. In this paper, we aim to propose an exploratory survey regarding the social currencies in Portugal, discussing their role and receptiveness by exchange fairs. We also intend to know to what extent it is possible to think of social emancipation within the framework of these economic initiatives.