A leishmaniose visceral (LV) é uma enfermidade cosmopolita, grave e de alta letalidade em seres humanos, sendo considerada uma zoonose negligenciada. Nas Américas, a sua ocorrência está diretamente ligada com a presença do inseto vetor, principalmente relacionada à fêmea da espécie de flebotomíneo Lutzomyia longipalpis. Entretanto, em alguns estudos foram observados casos da doença em humanos e cães, com ocorrências em locais livres do vetor, indicando para a possibilidade de outras formas de transmissão, como a sexual e a vertical. O objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão de literatura com o intuito de descrever sobre os principais aspectos relacionados com a transmissão sexual e vertical entre cães, proporcionando, assim, uma melhor compreensão da epidemiologia da doença, principalmente em áreas endêmicas. Atualmente, a possibilidade de transmissão sexual e vertical nessa espécie animal vem sendo bastante explorada, em que as pesquisas visam buscar a presença do protozoário Leishmania (L.) infantum nos órgãos do sistema reprodutivo, tanto de fêmeas quanto de machos caninos, bem como a presença do DNA do parasito no esmegma e sêmen. Dessa forma, a literatura aponta que essas formas de transmissão na LV provavelmente ocorrem em cães.