Frequência de Ações Motoras em Crianças com Baixa Visão e Visão Normal ao Explorar Cubos com e sem Estímulos Visuais

Abstract

RESUMO: o objetivo foi comparar a frequência das ações motoras em cubos com estímulos visuais (luminoso e alto-contraste) e sem estímulos visuais (transparente e preto) em crianças com baixa visão e visão normal. Seis crianças com baixa visão (43 meses; ±2) e sete crianças com visão normal (42,3 meses; ±2,9) participaram. Os materiais utilizados foram quatro cubos (luminoso, alto- contraste, transparente e preto) e duas câmeras filmadoras. Todas as avaliações foram filmadas e analisadas para aferir a frequência das ações motoras. Cada cubo foi apresentado à criança por um minuto, com intervalo de 15 segundos entre eles e a sequencia de entrega dos cubos foi randomizada. Ocorreram diferenças significativas na frequência das ações motoras entre as crianças com baixa visão e visão normal para o cubo de alto-contraste (p=0,036), sendo que as com baixa visão apresentaram maior frequência em relação as com visão normal. No cubo de alto-contraste também foram encontradas diferenças significativas na frequência de alcance bimanual (p=0,027) e o girar o cubo (p=0,006), sendo maior no grupo baixa visão. O cubo com alto contraste estimulou as crianças com baixa visão a realizarem mais ações motoras, em especial o alcance bimanual e o girar o cubo.

Ações manipulativas e o ato de criar brincadeiras com cubos em crianças com e sem baixa visão

“…Esta pesquisa adotou a metodologia realizada nos estudos de Schmitt e Pereira 9,10 , no qual caracterizou e quantificou as ações motoras de crianças com baixa visão, dos 3 anos aos 3 anos e 10 meses, sendo necessário realizar adaptações com base no novo perfil antropométrico das crianças.…”

“…O brinquedo como parte integrante do brincar, pode contribuir significativamente para desenvolvimento de crianças com baixa visão, pois fornece uma variedade de características, sejam elas físicas ou sensoriais, que propiciam a exploração tanto do ambiente como do objeto 8,9,10 .…”

Frequência e duração das ações manipulativas no ato de brincar com cubos em crianças com baixa visão

“…brincar pode ser definido como uma ação espontânea, comandada e controlada pela criança, constituída por flexibilidade e prazer, permitindo novas combinações de ideias e comportamentos 1 . Com o brincar a criança tem a possibilidade de expor suas emoções, dominar impulsos, crescer o seu campo de experiências e contato social 2 , uma vez que auxilia no desenvolvimento e aprimoramento dos movimentos corporais que são denominados e agrupados em um conjunto chamado de ações motoras 3 .…”

“…Na estimulação de crianças com deficiência visual, deve-se utilizar estímulos que trabalhem com outros sentidos remanescentes, além dos resquícios visuais da criança 9 . Um dos sentidos que auxilia a criança na exploração do ambiente é o tato e as propriedades físicas dos objetos (como cubos grandes), que permite gerar resultados positivos na aquisição e no aprimoramento de ações motoras 3 .…”

“…As autoras verificaram que o cubo de alto-contraste estimulou as crianças com baixa visão a realizarem mais ações motoras, como o alcance bimanual e o girar o cubo. E identificaram semelhança nas ações motoras entre as crianças com e sem baixa visão, mostrando que as mesmas são capazes de interagir com o meio externo 3 .…”