Contextualização: A obesidade na pré-adolescência e o processo natural de envelhecimento são fatores que podem interferir nos ajustes autonômicos cardíacos durante a realização e recuperação de exercícios físicos. Objetivo: Investigar qual dos dois fatores causa maior prejuízo à modulação autonômica cardíaca (MAC) nessas condições. Métodos: Foram estudados dez indivíduos de meia idade saudáveis (IMI) com média de idade de 45±5anos e cinco pré-adolescentes obesos (PAO) com idade média de 10,5±1,5 anos que se submeteram a um protocolo de exercício dinâmico submáximo incremental (EDSI), feito em esteira rolante. Devido à diferença de estatura, os PAO iniciaram o protocolo a uma velocidade de 4,0km/h e os IMI a 4,5km/h. As velocidades tiveram incrementos de 0,5km/h a cada estágio de 3min até que o voluntário atingisse a sua FC submáxima (FCsubmax = 195 - idade) ou o nível 13 do índice de percepção de esforço de Borg. Ao final do esforço, o voluntario andava 1 minuto na velocidade inicial do protocolo e se deitava por 5min. Os batimentos cardíacos registrados foram interpretados por um software que permitiu a análise da MAC por meio da interpretação da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). A análise dos dados se restringiu à estatística descritiva, devido ao baixo número de voluntários estudados. Resultados: ambos os grupos apresentaram efetivo aumento do tônus simpático durante o esforço, apesar de os PAO terem atingido maiores valores de FC nas velocidades relativas. Durante a fase de recuperação pós-esforço o índice pNN50, que expressa a modulação parassimpática cardíaca, foi maior para os PAO (média de 2,24 – IMI e 8,34 - PAO), sendo o fator responsável pela maior redução da FC pós-esforço. Conclusão: o processo natural de envelhecimento parece ser um fator mais impactante para os ajustes autonômicos cardíacos, principalmente durante a recuperação pós-esforço, do que a obesidade na pré-adolescência.