Fotografias Hemisféricas Em Estudos Microclimáticos: Referencial Teórico-Conceitual E Aplicações

Abstract

O objetivo deste artigo é apresentar uma releitura acerca das potencialidades e limitações do uso de fotografias hemisféricas em estudos microclimáticos. O uso dessa tecnologia ainda é incipiente nos estudos de Climatologia Geográfica. São discutidos as formas de obtenção das fotografias hemisféricas e o uso na estimativa do índice de área foliar e abertura do dossel da vegetação. Resultados para os manguezais do Litoral Sul do estado de São Paulo são representados e analisados. O uso de fotografias hemisféricas e a estimativa de parâmetros da cobertura vegetal, como índice de área foliar (IAF) e abertura do dossel, representam uma forma de avaliação das interações que ocorrem na interface superfície-dossel. As dificuldades e subjetividades não impedem o seu uso dentro dos estudos microclimáticos desde que considerados alguns aspectos das condições de controle: luminosidade, hora do dia, orientação e período do ano.

Seasonal variation in gas exchange by plants of Erythroxylum simonis Plowman

“…Leaf area index (LAI), visible sky fraction (VSF) and photosynthetically active radiation (PAR) above individual plants of E. simonis, located in the understory were estimated using digital hemispheric images with Digital Plant Canopy Imager -CI-110 (CID). The readings and the recording of images were made in diffuse light conditions (in the early morning or late afternoon or on days with uniformly cloudy sky) in order to achieve the maximum possible contrast between leaves and sky (Whitford et al 1995;Galvani & Lima 2014).…”

Aplicação de quatro métodos indiretos na medição de densidade de dossel em fragmento de mata nativa, recuperada e floresta de <i>Eucalyptus urophylla</i> (S.T. Blake)

“…A partir dessas fotos, é possível o mapeamento do tamanho, da magnitude e da distribuição das aberturas de copa. Permite-se descrever a abertura do dossel e as relações de luz, obtendo-se os valores de IAF pelo uso de softwares (PAIVA, 2009;CANTINHO, 2013;GALVANI;LIMA, 2014). Apresentam-se como limitações a simplificação da forma da folha, dificuldades de ajustar a variação dos ângulos entre as folhas, os galhos e os frutos em relação a radiação incidente.…”

“…Há duas categorias por meio das quais é possível estimar a densidade da cobertura do dossel: métodos diretos e indiretos. No entanto, os métodos diretos são, em sua maioria, destrutivos e demorados, o que se deve à necessidade da colheita das folhas ou da biomassa que, muitas vezes, se torna um trabalho difícil.Adicionalmente, esses demandam mais tempo e dinheiro por conta das variáveis espacial e temporal do meio ambiente(COELHO FILHO et al, 2012;GALVANI, 2014).O Índice de Área Foliar -IAF de uma floresta é considerado como indicativo de produtividade de uma floresta devido à fixação do carbono pelas plantas depender da interceptação da radiação e de sua conversão em energia química. É a área foliar integrante do dossel por unidade de superfície projetada no solo em m 2 /m 2(PAIVA, 2009).…”

O manejo do ambiente luminoso em sistemas agroflorestais de usos múltiplos

“…A copa das árvores, também influenciam interações planta-ambiente, como a interceptação da precipitação, a síntese de fotoassimilados, e a evapotranspiração (BONAN, 1993;GALVANI e DE LIMA, 2014;MURAWSKI, LOWMAN e NADKARNI, 1995), portanto aumentos de produtividade são possíveis por meio do melhor aproveitamento da água, nutrientes e radiação solar, todos diretamente relacionados ao desenvolvimento da estrutura do dossel (RIBEIRO e RIGHI, 2020). Assim, a compreensão das características do dossel é essencial para o entendimento dos processos e dinâmicas ecológicas em florestas, sendo de aplicação direta para a melhorias de modelos do crescimento de plantas (RIBEIRO e RIGHI, 2020).…”