Fitossociologia do estrato arbóreo em floresta nativa e em áreas do programa de recuperação de áreas degradadas sob influência da mineração, Paragominas, Pará, Brasil

Abstract

O bioma amazônico sofre intensamente com o processo de desmatamento de suas áreas vegetais naturais desde o século XX, com incentivos do próprio governo para ocupação e utilização de suas terras. Programas de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), implantados por grandes empresas que alteram e degradam a paisagem para sua implantação e operação, têm favorecido a restauração da vegetação e seus processos e os serviços ecológicos. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a composição florística e estrutural em áreas de Floresta Nativa (FN) e em áreas de PRAD na mineração HYDRO, município de Paragominas, Pará. Objetivou-se também identificar as espécies mais representativas nos dois ambientes e relacionar os parâmetros fitossociológicos com os atributos morfológicos e ecológicos. Foram utilizadas 18 parcelas de 40 x 250 m (9 no PRAD e 9 na FN) e todos os indivíduos com CAP≥30 cm foram amostrados. Para comparação entre a riqueza e abundância das duas áreas foi realizada a análise de Bray Curtis e a análise de classificação divisiva TWINSPAN. Foi amostrado um total de 60 famílias, 166 gêneros e 302 espécies. Os gêneros mais ricos foram Pouteria e Inga. No PRAD, Croton matourensis e Cecropia distachya obtiveram o maior IVI e na FN foram Lecythis idatimon, Eschweilera coriacea e Rinorea guianense. A análise de Bray-Curtis e o agrupamento por média de grupos evidenciou a separação florística (riqueza) e estrutural (abundância) dos dois ambientes analisados, com uma dissimilaridade em torno de 95%. Na primeira divisão de grupos da Twinspan ocorreu a separação de todas as parcelas amostradas na área de floresta nativa (FN) e as parcelas amostradas em áreas do PRAD (PR). Recomenda-se estudos para entender de que maneira as características de vida das espécies proporcionam melhor aptidão para ocuparem e se estabelecerem em determinadas áreas.

Floristica e estrutura da comunidade arbórea na floresta de terra firme da FLONA de Caxiuanã, Pará, Brasil

“…Eschweilera coriacea, E. grandiflora, Licania membranacea, L.octandra, L.canescens, Lecythis idatimon, Rinorea guianensis, Tetragastris panamensis e Protium tenuifolium obtiveram maior número de indivíduos e valor de importância. A ocorrência dominante destas espécies em floresta de terra firme, principalmente de E.coriacea está de acordo com Mendes et al (2013) no município de Mojú (PA); com Silva et al (2014) no município laranjal do Jari; com Quispe et al (2015) em uma floresta de terra firme no Peru; com Cerqueira et al (2021) no município de Paragominas e com (Piva et al, 2020) nas florestas de terra firme em 9 estados da região norte do Brasil.…”

“…A dinâmica populacional para Eschweilera coriacea pode estar relacionada a especificidade e eficiência na polinização, a eficiência no processo de dispersão e germinação das sementes e na capacidade de regeneração/rebrota de seus indivíduos. Para Rinorea guianensis pode ser atribuída a radiação solar direta quando disponível em maior quantidade, principalmente em seus estágios iniciais de desenvolvimento (Cerqueira et al, 2021). Essa riqueza na população de E. coriacea e R.guianensis em florestas de terra firme, também pode estar associado a fatores abióticos como textura, fertilidade e disponibilidade hídrica do solo, luminosidade e temperatura, e as disponibilidades desses recursos influenciam a distribuição desses indivíduos, assim como por fatores bióticos como dispersão de sementes, competição e herbivoria (Almeida et al, 2019;Santos et al 2018) Neste estudo, o índice de Sorensen foi de 57%.…”

“…Alguns valores aproximados por demonstrado por Lopes et al (2015) no município de Una (BA) com H'=5,32; Piva et al (2020) com H'= 5,33;Batista et al (2015) com H'=4,61); por Santos et al (2017) com H'=4,06); por Andrade et al (2020) O índice de Equabilidade (J') mediante a todas as parcelas deste estudo foi de 0,82. Esses resultados estão de acordo com Andrade et al (2015) na Floresta Nacional do Tapajós, o índice de Equabilidade (J) nas duas áreas (área 1= 0,82) e (área 2 = 0,83) confirmando a elevada diversidade florística; Lopes et al (2015) encontraram e J' = 0,92; por Batista et al (2015) e Santos et al (2017) na Floresta estadual do Amapá obtiveram J'=0,87 e J' = 0,88 respectivamente; e por Cerqueira et al (2021) no município de Paragominas (PA) com J' = 0,81. Florestas tropicais tendem a apresentar alto valor de H', variando de 4,0 a 6,0.…”

“…Florestas tropicais tendem a apresentar alto valor de H', variando de 4,0 a 6,0. Estes elevados valores estão diretamente relacionados a variável "riqueza" de espécies, que normalmente nestes ambientes apresenta-se elevada, assim como uma alta equabilidade, isto é, uma boa distribuição de abundância entre as espécies amostradas (Cerqueira et al, 2021).…”

Diversity and community structure of Drosophila (Hexapoda, Diptera) in post‐mining sites under different forest restoration techniques in the Brazilian Amazon

“…The Solanaceae and Urticaceae families are the most common in nucleation areas. As this technique consists of forming a nucleus of plant galls and leaf litter, which provide greater coverage and fertility to the soil; it becomes a favorable environment for species such as those of the Urticaceae family, which are usually found in areas in early stages of forest succession, as well as in forest glades (Cerqueira et al 2021).…”