A fissura labiopalatina (FLP) é uma malformação congênita que afeta 1 a cada 650 nascimentos no Brasil. A amamentação natural é fundamental para o desenvolvimento saudável do bebê, mas crianças com FLP enfrentam desafios adicionais devido às alterações estruturais que afetam a sucção e deglutição. O objetivo deste estudo foi avaliar o nível de conhecimento das mães em relação ao aleitamento materno de crianças com FLP. A amostra incluiu 31 mães de crianças com idades de 0 a 5 anos, de ambos os gêneros, independente do tipo e fissura e de diferentes etnias. Todas as participantes concordaram com o termo de consentimento livre e esclarecido. Após, foi aplicado um questionário contendo 19 questões, no Centro de Assistência à Saúde, Pró-face, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul. Os dados obtidos foram tabulados e analisados na forma descritiva por meio de frequências e porcentagens. Os resultados demonstraram predomínio de indivíduos portadores de fissura labiopalatina do sexo feminino (65,5%), nascimento em hospital público (93,5%) e com o tipo de fissura transforame unilateral (45,1%). A maioria das mães sabiam da presença da fissura antes do nascimento (61,6%) e receberam orientações sobre o aleitamento materno previamente ao nascimento (61,6%). A maioria das crianças tentaram mamar no seio (67,7%), mas apenas 12,9% conseguiram uma pega efetiva. A posição sentada foi a mais utilizada pelas mães (83,9%) e 32,3% das crianças continuaram recebendo leite materno nos seus primeiros seis meses. Pode-se concluir que a falta de informações pré-natais destaca a necessidade de melhorar a orientação às mães de crianças com fissuras labiopalatinas, enfocando a importância do aleitamento materno e proporcionando suporte adequado para superar as dificuldades associadas a essa condição. Recomenda-se capacitar as equipes de saúde para melhor aconselhamento e suporte às famílias.